O medo.
Estou diante de um abismo,
de uma ponte um tanto velha,
de paus e cordões amarelados,
presos a estacas enterradas nas margens,
feito meus sonhos empilhados...
Do outro lado, linda paisagem me atrai,
o riacho cantando na cachoeira,
e os verdes campos floridos,
onde brincam os pássaros e crianças faceiras.
Aqui, no entanto, não está tão ruim,
parecia ser pior, intolerável até...
Mas a ponte em sua fragilidade,
bagunça agora os meus conceitos,
confundindo a minha sanidade.
O medo ou, talvez, a prudência,
me faz ver que posso continuar aqui,
aceitando a imperfeição,
negando os meus desejos,
submersa na segurança do meu chão.
Mas, custou-me tanto chegar onde estou,
E tanto desejei estar do outro lado...
E agora? Esqueço tudo o que planejei,
busco outros caminhos que me levem para lá,
ou sigo adiante com os medos que enfrentei?
Do outro lado não está a felicidade,
nem a perfeição, eu sei...
Mas a ponte e o abismo assustador
é o desafio que hei de vencer.
Ele zomba de meus medos
e me convida a viver ou a morrer...
E, eu vou!
Lídia Sirena Vandresen
23.08.10
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Texto em inglês
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