Debruçada nas águas dum regato
A flor dizia em vão
À corrente, onde ela bela se mirava:
“Ai, não me deixes, não!”
“Comigo fica ou leve-me contigo
“Dos mares à amplidão;
“Límpido ou turvo, te amarei constante;
“Mas não me deixes, não!”
E a corrente passava; novas águas
Após as outras vão;
E a flor sempre a dizer curva na fonte:
“Ai, não me deixes, não!”
Gonçalves Dias.