Como faca afiada é o ciúmes, Me rasga o peito, me corta por dentro, Corro, me escondo, fujo Esbravejo, resisto, luto mas não resisto, falta alento. Quebro meus discos, Rasgo os meus versos, Arranho meu corpo, Fico insano, louco, Perco o tino, me desespero. Quebro os cristais, Queimo os retratos, Me aplico penitências E estando sem consciência, Meu pobre coração maltrato. Mas depois que o ciúmes se vai, Fico sem jeito, perco a graça, Pois vejo que não tem motivo O mal que me tem afligido E o ciúmes desvanece e passa. Me lembro da tua voz, Jurando amores eternos, Lembro dos teus carinhos, Do teu adorável jeitinho, E me torno um homem mais terno. Como posso ter ciúmes, Se tu diz que só me vê, Entregou a mim tua vida Sendo a Noiva querida Que para sempre vou ter. Sabe o porquê do meu ciúmes? É por te querer e te amar, E ter a insegurança, Como se fosse uma criança, De você partir, me deixar. Alexandre Rogério |