O céu feio e nublado anuncia uma tempestade. Vejo a chegada de um temporal, mas não tenho medo . Fujo procurando um abrigo seguro, longe dos meus ininterruptos pensamentos, para aportar o meu barquinho emocional. Assustada, me pego sapateando na chuva , lavando o meu ego sujo que se debate, mas ao mesmo tempo se alivia, pois está permitindo que águas claras revelem aqueles sentimentos que foram ocultados pelas sombras que um dia se apoderaram de mim, quando fechei os meus olhos, deixando de percebe-los... Ao me despir de pudores, vi uma ausência de cores, e elas ofuscavam fragmentos da minha personalidade em partes que se subdividiam e escondiam-se, negando-me o direito a liberdade. Naquele instante preferi não mais me ver... então, chorei...
chorei de alegria e de dor, mas enfim, sobrevivi... eu sobrevivi...