Pela roupa que ela usou no Teen Choice Awards desse ano (no qual ela ganhou o prêmio de melhor atriz de drama por Crepúsculo): um vestido da Rock & Republic, com a parte da saia cheia de espinhos brilhantes, não foi necessário nenhum especialista para entender a mensagem: não fique muito perto de mim.
Stewart já ganhou reputação na mídia por ser difícil, mas isso parece mais um rótulo não caridoso. Nos meus encontros com ela, ela tem sido inquieta, sim, desconfortável, atenta, estranha, mas nunca rude, desdenhosa ou arrogante.
“Eu não sinto que hoje em dia todo mundo percebe você da mesma maneira”, ela diz sobre a era do Facebook/Twitter, da qual ela não participa.
“Eu prefiro algo no que eu possa tocar! Mas agora todo mundo sabe tudo sobre você. Até os seus pais tem que saber onde você está porque, é claro, você tem um celular. Eles podem sempre encontrar você. Você nem pode ter uma vida privada longe da sua família, é como se tudo fosse muito alcançável”.
Mas ela também diz que está muito mais confiante hoje em dia, conforme a saga Crepúsculo continua a sua jornada para o topo das bilheterias em torno do mundo.
“Eu acho que passei a ficar muito mais confortável em falar sobre mim mesma. Eu não conseguia terminar uma frase porque eu ficava muito preocupada com como isso iria soar e eu não queria parecer insincera sobre algo que eu realmente amo fazer”, diz Stewart. “Eu percebi que ao invés de me abster de dizer as coisas, eu deveria ter dito, ‘eu coloquei o meu coração e alma nisso e eu amo isso’, ao invés das razões realmente lógicas e muito analíticas do porque eu amo isso”.
Certamente Stewart gosta das escolhas trazidas por Crepúsculo e é inteligente demais para reclamar de qualquer desvantagem: “É mais fácil agora, fazer coisas que eu realmente gosto, como um filme independente que ninguém assiste. Agora vai ser tipo: oh, vamos ver a Bella nesse filme de strip-teaser! Vai ser louco!”, ela ri alto como se estivesse amando isso.
O filme de strip-teaser em questão é Welcome to the Rileys, ela o determina como “a experiência de vida mais produtiva que eu já tive. Foi o assunto mais difícil. Eu interpreto uma jovem garota muito triste, trabalhando em um clube de strip-tease”.
Enquanto isso, em Adventureland, que saiu esse ano e agora está em DVD (nos EUA), ela interpreta uma adolescente problemática nos anos 80, e em outro filme, The Cake Eaters, a sua personagem tem ataxia de Friedreich.
“É uma completa deterioração do controle muscular, uma doença muito debilitante”, ela explica. “Ela está prestes a ficar em uma cadeira de rodas e está lutando para ser independente da sua mãe. É uma história triunfante e otimista”.
No ano que vem, ela aparecerá como Joan Jett em The Runaways, baseado no grupo adolescente de rock da Jett.
Stewart começou a atuar aos nove anos e insiste que “nunca houve um grande plano”, nem para seguir uma carreira em filmes (ambos os pais dela estão no ramo) e nem para lidar com isso uma vez que começou. Sua mãe Australiana é uma supervisora de roteiros que está se preparando para dirigir o seu primeiro filme, K-11 (estrelando Stewart). O seu pai John, é um produtor de televisão. Quando um caçador de talentos viu Stewart em uma peça de natal na escola dela, os pais não gostaram.
“Eles disseram, ‘nós não queremos ser pais de palcos’” Stewart relembra.
O pai estava particularmente desinteressado. “Ele era um diretor de palcos e estava tipo ‘Oh meu deus, eu não quero a minha filha fazendo isso’”.
A pré-adolescente do contra, estava pensando de outra forma. “Meus pais estavam relutantes, mas eu só me lembro de pensar: ‘na verdade, talvez isso seja muito legal. Eu talvez queira ir à algumas audições. Talvez isso funcione’”.
Ela fez audições sem parar por um ano, mas sem conseguir nenhum trabalho. “Demorou muito para que eu superasse aquilo e aí veio a minha ultima audição. Eu fui, mas eu nem queria ir. A minha mãe disse: ‘bem, essa é a última. Você não precisa ir mais’. E aquele foi o primeiro filme que eu consegui”.
Encontros Do Destino foi lançado em 2001. No ano seguinte, Stewart conseguiu o papel da filha de Jodie Foster em O Quarto Do Pânico, uma experiência que cimentou a crença dela de que estava fazendo a coisa certa.
“Eu acho que ter dez anos de idade em um dos meus primeiros filmes e passar um mês com a Jodie Foster teve um enorme efeito na forma como eu trabalho, provavelmente desconhecido para mim na época. Pelo menos em retrospecto, eu notei isso. Jodie Foster é a única que realmente se destaca na minha mente, que realmente me ensinou muito”.
Quando tinha doze anos e estava trabalhando regularmente, Stewart deixou a escola para estudar em casa com a sua mãe. “Eu amei. Estudo independente é para mim”. Ela trabalhou consistentemente durante a sua adolescência em filmes, como Contra Corrente, Zathura: Uma Aventura Espacial, Os Mensageiros e Na Natureza Selvagem.
Atualmente, nos sets de filmagens, Stewart – como o seu co-astro Robert Pattinson – é levada de tomada a tomada para um tipo de enorme guarda-chuva para deter os paparazzi, fãs e afins. Os call-sheets desses sets, entregues diariamente ao elenco e a equipe do filme, listam Stewart sob um pseudônimo. E ela não pode colocar os pés em público, particularmente com Pattinson, sem que o evento seja totalmente disseminado de fã para fã-sites e para publicações irritantes.
Se ela e Pattinson conversam sobre o fenômeno Crepúsculo? “O engraçado é que nós nunca falamos sobre isso”.
Enquanto Stewart está distraída com o trabalho, os fãs permanecem focados no filme e nos atores. Eles estão atentos a qualquer pequeno detalhe. Stewart ficou melhor em lidar com toda essa atenção, desde que parou de tentar ser tão cuidadosa com o que dizia.
“Eu sempre vou guardar o que é importante para mim”, ela diz. “As pessoas sempre vão querer mais e eu entendo completamente, considerando que nós interpretamos personagens que são tão cobiçados por tanta gente. Eu entendo porque eles querem saber mais sobre nós e porque eles querem que nós estejamos juntos [romanticamente] e tudo isso. Eu só tenho que não pensar nisso”.