Título: Doomed Love
Autora(o): Juliana
Shipper: Robert Pattinson & Kristen Stewart
Gênero: Romance, Drama, Sexo.
Censura: NC-17
***
Eu sei que fiz mil planos. Que iam de ignorar solenemente, a ter uma conversa de adulto estabelecendo um fim amigável. Mas quando eu cheguei nos estúdios onde seriam as fotos eu queria sangue.
Ele ainda não estava lá. Atrasado, como era de costume. Ótimo. Eu cumprimentei Taylor e Can friamente e fui para o camarim me trocar. Rachelle estava lá e sorriu ao meu ver. Eu não retribui o sorriso
- Oi Kris... tudo bem?
- Tudo ótimo. Porque não estaria? - falei irônica. Ela me encarou com a sobrancelha levantada, mas não falou nada. A maquiadora e a cabeleireira acabaram de nos aprontar e nos deixaram sozinhas
- E então, Rob mais uma vez atrasado...
- Ele deve estar ocupado com uma das suas amiguinhas - Ela riu
- Anda lendo os tablóides? Não deve acreditar no que dizem...
- Porque não? Aliás, você também é uma das que acredita que ele é fiel a você?
- Opa. Fiel a mim? Do que esta falando? - Ok, eu estava indo longe demais. Mas quem se importava?
- Todo mundo sabe que você ficou com ele. - Rachelle jogou os reluzentes cabelo para trás rindo
- Eu? Da onde tirou isto? Eu nunca fiquei com o Rob - Eu engoli em seco. Devia acreditar naquilo? Era difícil depois dos últimos acontecimentos. Mas parecia mesmo estar sendo sincera. Certo. Então ela não fazia parte das estatísticas? Ótimo para ela. Alguém veio nos chamar pra começar as fotos, pois Rob tinha chegado. Eu respirei fundo e torci para conseguir manter minha unhas longe do seu rosto cínico antes que as fotos terminassem. Ele sorriu ao me ver. O cachorro. Eu estaquei por um momento. Incapaz de dar mais um passo. Era como se estivesse voltando no tempo e tudo o que tínhamos vívido até ali passasse por mim como um filme. Um filme que acabara mal. Muito mal. Eu devia ter seguido meu primeiro instinto, e mantido meus olhos longes daquele sorriso torto, minhas mãos longe daquele cabelo bagunçado e o mais importante: meu coração a salvo. Agora era tarde demais. E eu estava exatamente como sabia que ia terminar: catando os pedaços de mim mesma pelo chão. Aquela dorzinha que vinha me acompanhando desde que Nikki saíra da minha casa naquele dia fatídico se instalara de vez. E a raiva por ter sido tão idiota e caído naquela conversa mansa dele foi crescendo
- Oi Kris – ele veio em minha direção, sorrindo como se estivesse feliz em me ver. Eu não respondi. Ele parou de sorrir e franziu o cenho
- Tudo bem? - Eu continuei ignorando. - O gato comeu sua língua? - Eu o encarei.
- Se você não sair da minha frente agora, vai ser você a ficar sem língua. - Ele riu. Eu quase espumei de raiva.
Nos chamaram pra começar as fotos e começou a tortura. Pro meu desespero, claro que eu tinha que ficar perto dele, mais do que era tolerável. E ele agia como se aquilo fosse grande coisa. Enquanto eu só queria estar bem longe. Mas eu tinha que sorrir e fingir. Fingir nunca foi tão difícil pra mim e tenho certeza que em alguns momentos eu não fiz aquilo muito bem. O tempo inteiro ele me encarava com aquele risinho de lado. Se ele soubesse o tamanho do meu ódio, ele engoliria aquele sorriso idiota e ficaria bem longe de mim. Se ainda quisesse permanecer vivo. Por fim, a sessão terminou e eu praticamente corri para o camarim. E não me surpreendi quando Rob apareceu atrás de mim.
- Por que esta ignorando meus telefonemas Kris? - Ah sim, ele vinha tentando falar comigo. Mas eu já deixara claro pra todo mundo na minha casa que eu não ia falar com ele nunca mais. Meu pai perguntara se eu queria falar sobre isto. Mas minha expressão de extrema revolta o afugentou. E ele não perguntou mais. - Eu sei que as coisas não foram exatamente perfeitas da ultima vez que nos vimos
Eu fechei os olhos. Sim, a última vez. A última vez que eu fora tola o suficiente pra cair na dele. O nó na minha garganta ameaçou me sufocar. “Não pense nisto” gritei pra mim mesma. Abri os olhos e o encarei ironicamente
- Me admira que tenha tempo de me ligar em meio a tantas “coisas estúpidas” que anda fazendo
- Isto não responde minha pergunta
- Eu não preciso responder pergunta nenhuma pra você.
- Ah é? Então espero que tenha tempo, eu tenho o dia inteiro, pois não vai sair daqui enquanto não me dizer o que esta acontecendo
- Não precisamos de um dia inteiro. O que tenho pra dizer é bem rápido na verdade. Acabou.
- Acabou o que?
- Eu. Você. Pra sempre. E agora é sério
- Esta me dando o fora Kristen? - Mas que merda, porque ele estava rindo? Ele achava que eu estava brincando?
- Eu estou mesmo falando sério. - falei com todo amargor na voz e ele parou de rir
- Por que? - foi só o que perguntou
- Você sabe porque
- Não, eu não sei
- Eu sei que memória de pessoas como você é bem curta, mas deve lembrar pelo menos alguns nomes de suas amiguinhas recentes. Alguma coisa me impedia de usar a historia da Nikki. E eu nem sabia porque. Já que era a pior de todas. A verdade era que nem importava agora. Quando a decisão já estava tomada dentro de mim.
- Puta que pariu, Kristen, de novo esta história?
- Vai dizer que é mentira? Eu vi as fotos. Todo mundo viu.
- Você acredita naquilo?
- Eu acredito no que vejo. - Ele passou a mão pelos cabelos exasperado.
- Nós precisamos conversar...
- Não. Não precisamos. Eu cansei desta história. Cansei de você – eu praticamente cuspi as palavras
- Vai mesmo terminar comigo por causa destas porcarias?
- Encare como quiser. Não me importa.
- Kris, por favor. - ele deu um passo à frente e eu me afastei. A raiva estava passando e no lugar dela estava começando a bater o desespero, e com o desespero vinha à fraqueza...eu tinha que ser forte e me afastar dele de vez.
- Não. Nunca teria dado certo. Nunca deu certo. Você quer ficar com a outra pessoa, pode ficar. Talvez...talvez devesse ser assim desde o começo. Nós não fomos feitos para ficar juntos Rob. - eu respirei fundo. Eu via no rosto dele. Não estava adiantando. Ele ia insistir. E eu tinha medo de fraquejar. Só tinha um jeito – E tem mais uma coisa. Eu prefiro que saiba por mim. Eu voltei com o Michael.
- Eu não acredito que estou ouvindo isto
- Eu não acredito que demorei tanto para perceber o que era certo pra mim.
- Se ao menos você me escutasse...
- Nada do que você me diga vai mudar a minha decisão.
- Então acabou?
- Sim
- Então é isto. Eu não vou mais insistir. - Ele saiu da sala.

Eu não sei como consegui tirar aquela roupa ridícula, pegar minha bolsa e dirigir até em casa. Desta vez não houve celulares quebrados ou gatos jogados pela janela. Eu apenas apaguei as luzes e deitei em silêncio e deixei que as lágrimas silenciosas caíssem até que não restasse nada dentro de mim. A não ser o vazio. Então era assim que as pessoas se sentiam? Dilaceradas por dentro? Será que um dia aquela dor passava? Eu me levantei de manhã e olhei meu rosto no espelho. Olhos inchados. Nada que um óculos de sol não resolvesse. O celular tocou. Era Nikki. Eu ignorei. Ainda não estava pronta para falar com ela. Talvez não estivesse pronta nunca mais. Meu vôo para Nova Orleans sairia naquela tarde. Era à fuga perfeita. Era tudo o que eu precisava para esquecer. Um mês longe de tudo. Um mês seria suficiente para curar um coração partido?

Continua...