Título: Doomed Love
Autora(o): Juliana
Shipper: Robert Pattinson & Kristen Stewart
Gênero: Romance, Drama, Sexo.
Censura: NC-17
***
Acordei com o barulho ensurdecedor da música do celular. Eu parei de respirar por um momento. Seria ele? Olhei o relógio. Era de madrugada. Eu peguei o aparelho com as mãos trêmulas. Oh Deus. Oh deus. Não atenda. Mas eu me vi apertando aquele maldito botão.
- Olô? - era um milagre que minha voz permanecesse firme. Minha mão não estava tão firme assim.
- Kris?
- Quem é? - eu fiz uma careta. Como se precisasse perguntar aquilo. Ele não ia acreditar, claro, que eu não sabia que era ele. E ele riu. E eu fechei os olhos, absorvendo aquele som. Era como se atravessasse a linha e entrasse em mim, direto em minhas terminações nervosas. Eu abri os olhos, desistindo de ser ridícula
- Oi Rob – falei tentando parecer irônica
- Eu te acordei
- Não...eu estava..vendo um filme – menti. Muito mal por sinal. Ele riu de novo.
- Esta mentindo Kristen, quase posso ver você ficando vermelha.
- Pára com isto! - falei brava, mas ele estava gargalhando agora. E a risada dele tinha aquilo. Aquela coisa contagiante. E eu me peguei rindo também
- Eu senti falta de ouvir você rir - ele disse então, quebrando a trégua. Eu fiquei séria num instante
- Por que me ligou, Rob?
- Queria falar com você
- Já falou. - cortei e desliguei num átimo. Depois fiquei olhando pro aparelho.
- Oh droga!
De repente tocou de novo. Eu joguei longe e coloquei o travesseiro na cabeça; Até que ele desistiu. Mas eu não dormi. Eu levantei e peguei o celular e fiquei segurando nas minhas mãos. Esperando que ele ligasse de novo. Eu era patética. Definitivamente. Eu adormeci. Quando acordei já era dia. O sol estava alto. Eu estava escovando os dentes quando o telefone tocou e eu levei um susto. Corri para o quarto pegando o aparelho rápido, o coração na boca. Não era ele. Era meu agente
-Oi – atendi de mal humor. Mas ele já devia estar acostumado
- Oi Kristen, espero que você não tenha esquecido do Movie Awards - Eu gemi em desespero
- Eu não quero ir. Odeio estas coisas.
- Mas você vai. Robert estará lá também. - Pior ainda, pensei. Era por isto que eu temia.
- É na semana que vem. Vai levar alguém? - Eu suspirei, me conformando
- O Michael, claro - Se é que eu ainda tinha um namorado, depois das geladas que eu vinha dando nele
- Ta bom. Tudo certo então. Eu te ligo quando tiver mais detalhes - Eu desliguei, desanimada. Seria uma longa semana. Pelo menos eu teria tempo para me preparar para vê-lo de novo. Naquela madrugada, eu não dormi. E o telefone tocou de novo. Eu não precisei olhar o visor para saber quem era. Eu atendi.
- Desta vez eu te acordei – falou a voz inconfundível de sotaque inglês. Um dia eu pararia de sentir um arrepio na espinha quando ele falava comigo? Eu duvidava.
- Algo assim – respondi
- Por que não esta dormindo, Kristen?
- Te faço a mesma pergunta
- Aqui é de manhã
- E isto te da o direito de ficar me acordando de madrugada? - Ele riu
- Você disse que não estava dormindo
- Estava na outra noite
- E você desligou na minha cara.
- Você mereceu
- Talvez eu mereça mesmo...como você está? - Eu mordi os lábios “nervosa porque vou ver você de novo e sinceramente não estou preparada pra tanto”?
- Estou ótima – ele com certeza detectou a ironia na minha voz, mas eu cortei antes que comentasse algo – e você? O que anda fazendo de tão desinteressante ai na Inglaterra que tem que ficar me perturbando de madrugada?
- Aqui é de manhã, Kristen – corrigiu divertido
- Que seja
- Estou pensando em você - Eu gemi fechando os olhos. Ele tinha mesmo que fazer aquilo?
- Rob, por favor... conte até dez e irei desligar o telefone na sua cara de novo – falei irritada
- Não, não desliga
- Vou desligar se começar com esta história
- Queria que eu mentisse?
- Queria que esquecesse
- Você esqueceu? - Boa pergunta. E claro que tinha uma resposta bem fácil e óbvia. Se eu estava em plena madrugada conversando com ele, que estava do outro lado do oceano.
- Esqueci sim – respondi
- Mentirosa – ele murmurou com aquela risadinha e eu fechei os olhos. Quando ele ria assim, meu corpo absorvia aquele som. Era quase embriagador – Não sabe que o maior mentiroso é aquele que mente pra si mesmo, Kristen?
- Sem frases feitas, por favor – falei tentando manter a sanidade. Ele riu e desta vez eu ri também.
- Por que esta acordada de madrugada , Kristen?
- Estou com meu namorado - Certo, eu fui má. Mas escapuliu. Juro. Do outro lado da linha apenas a estática e eu me perguntei se ele teria desligado na minha cara
- É mentira – desta vez ele não falou rindo. Ele falou muito sério. Quase furioso. Eu deveria continuar mentindo. Ele merecia. Mas suspirei
- Claro que é. Acha que se eu estivesse com ele ia atender seu telefonema?
- Porque não? Não somos amigos? - ele falou irônico. Deus sabia que eu queria mesmo que fosse só isto. Então eu não estaria nesta confusão. Eu mudei de assunto
- Você ainda não me falou o que quer comigo - Ótimo, péssima escolha de palavras. E claro que ele voltou a rir.
- Tenho mesmo que dizer?
- Um... Dois... Três...
- Você não vai desligar
- Quatro... Cinco...
- Ta, parei
- Ótimo.
- E você ainda não me falou o que esta fazendo acordada de madrugada
- Não é da sua conta. - Ele riu. Eu tinha esquecido que ele ria a toa.
- O que esta fazendo? - perguntei curiosa
- Bebendo
- A esta hora da manhã?
- Bebendo café, Kris – falou divertido
- Eu não duvidaria que estivesse enchendo a cara a esta hora - Desta vez nós rimos
- Eu estou voltando para Los Angeles nesta semana.
- E o que eu tenho a ver com isto? - eu tentei conter a onda de satisfação ao ouvir que ele estava voltando. Eu era mesmo um poço de contradição ultimamente
- Temos compromissos em comum
- Ah... Isto. Meu agente me falou algo a respeito
- Eu não sei o que vamos fazer lá... Como se fossemos famosos ou algo assim - Eu ri, porque concordava com ele
- Vamos entrar pelas portas dos fundo provavelmente
- Eu vou levar uma bebida escondido... Pra passar o tempo - Eu gargalhei
- Eu vou fingir que não te conheço
- Que feio Kristen... Não achei que fosse tão estrela – falou brincando. Eu ri mais ainda. E me surpreendi com um sentimento perturbador. Eu gostava daquilo. Eu estava rindo. Verdadeiramente. Como não ria há semanas. Desde Oregon. E voltei a sentir aquele velho arrepio de medo.
- Eu preciso desligar - falei
- Eu sei – ele respondeu me surpreendendo
- Boa noite, Pattz
- Tinha que ser bom dia – ele falou. Eu quase podia ver os cabelos despenteados dele. E senti falta dele. Imensamente
- Bom dia então – respondi num fio de voz
- Boa noite Kristen. - e quando eu achava que tinha sobrevivido até bem aquela ligação ele falou - Eu queria estar aí com você... - Eu não sei o que foi. Talvez o horror de saber que eu queria exatamente aquilo que me fez desligar na sua cara. Mas não sem antes soltar:
- Vai para o inferno, Rob! - O telefone foi parar na parede de novo antes de cair no chão.
Continua...