Título: Doomed Love
Autora(o): Juliana
Shipper: Robert Pattinson & Kristen Stewart
Gênero: Romance, Drama, Sexo.
Censura: NC-17
***
Quando ele apareceu naquela noite eu juro que minha intenção era trabalhar. Mas eu tinha esquecido que à tarde, ele dissera que assistiríamos àquele filme do Marlon Brando. O que eu prontamente me lembrei ao vê-lo na minha porta com um DVD na mão.
- Não acredito
- Não acredita no que? - ele passou por mim, entrando na minha sala e tirando a jaqueta
- Que não vamos fazer nada. De novo
- Como assim não vamos fazer nada? Vamos ver Marlon Brando.
- Eu vou culpar você se tudo der errado, você sabe né?
- Eu sou um cavalheiro. Sempre assumo a culpa
- Bom.
Ele se jogou na Chaise Lounge, enquanto eu colocava o DVD pra rodar.Eu me virei e o fitei. Ele bateu com a mão ao lado dele.
- Vem aqui, Kristen, não vou te morder
Eu ri, sentando ao seu lado. Os créditos do filme começaram e eu relaxei me prendendo na história
Jeanne é uma jovem parisiense que está para se casar com Tom, um diretor de cinema que trabalha na realização de um documentário, denominado "Retrato de uma Jovem", onde a jovem é ela. Ao procurar um apartamento para alugar, Jeanne encontra Paul ( Marlon Brando) um expatriado americano que acaba de perder a esposa por suicídio. Até aí tudo bem. E então, sem mais nem menos, sem nem revelarem seus nomes, eles iniciam uma tórrida noite de sexo. Era impressão minha ou a temperatura tinha aumentado? Eu nem ousei olhar para o lado. Ao fim da cena, sem se falarem, deixam o local e cada um segue seu caminho. De repente eu olhei para o lado e ele estava olhando pra mim.
- Não gostou?
- Do que?
- Do filme, Kristen.
- Oh... é bom... é... instigante... - Eu limpei a gargante – Mas, tipo... Eles podiam ao menos se apresentar antes de... De...
- Mas é esta a idéia. Isto que faz este filme fantástico. Vai além do sexo e...
- Vamos ver o filme – eu o cortei. E história continuava. Jeanne vai ao encontro do noivo, enquanto Paul passa pelo pequeno hotel, de sua propriedade, onde encontra uma camareira terminando de limpar o local onde se deu o suicídio. Ao retornar ao apartamento para devolver uma das chaves, Jeanne reencontra Paul, a essa altura mobiliando o mesmo. Ela pergunta seu nome e ele lhe responde que não tem, bem como, que não quer saber o dela, nem onde ela mora. Segundo ele, os dois vão passar a se encontrar naquele local, sem procurarem saber o que acontece lá fora. . Ah sim, e voltam a fazer sexo. Claro.
- Ela é noiva. Isto é traição. - eu falei quase sem pensar
- É diferente. Ela não é a mesma com ele. É como uma realidade paralela. O mundo la fora não conta.
Ele tinha razão. Era esta a moral do filme de certa forma. Eu voltei meus olhos para a tela. Oh, oh! Que perversão era aquela agora? De repente a sala pareceu menor, nossas cabeças na mesma almofada pareceram mais próximas. Nossos corpos não se tocavam, mas era como se não houvesse espaço entre nós. Eu fiquei tensa. O que era absurdamente sem propósito. Não era nenhuma imbecil que nunca tinha visto um filme daquele tipo. Tudo bem, não exatamente naquele estilo, com direito a dedos enfiados onde o sol não bate, ou sexo selvagem com ajuda de manteiga. Mas, sei-la. Era muito diferente ver com Rob. Muito diferente.
- Que perversão – eu exclamei e ele riu
- É esta a idéia. É erótico sem ser pornográfico. É uma tentativa de falar abertamente sobre coisas que a sociedade prefere manter trancada a sete chaves.
- É perturbador – sussurrei - É uma relação alto destrutiva. Não vai dar certo.
- Eles procuram um sentido para suas vidas.
- Eles procuram sexo – falei irônica.
- Não é o que todos procuram?
Eu dei de ombros, ignorando a observação
- Podia dar certo... Se ele não tivesse tantos problemas... E ela não fosse noiva, claro
- Relacionamentos não são para sempre.
- Alguns são
- Se ela gostasse do tal noivo não estaria com ele.
- Mas você mesmo quem disse que ali é um mundo paralelo. Então, se pensarmos assim, ela pode fazer o que quiser... - eu virei a cabeça pra fitá-lo, minha voz foi diminuindo, ao me dar conta sem querer, de como estávamos próximos. - Como se não existisse mais nada...
Ele estendeu a mão, os dedos seguindo a linha da minha sobrancelha.
- Esta pegando o espírito, Kristen
De repente eu senti dificuldade de respirar. Algo dentro de mim se revolveu e eu engoli em seco. Era como... borboletas no estômago. Ele tinha aquele meio sorriso nos lábios. O meu preferido. O que me fazia querer sorrir também. E eu me dei conta que naquele momento me sentia como Jeanne. Como se não importasse onde morava, quem era, ou o mundo lá fora. Existia apenas nós dois. Meu coração deu um salto, batendo ensurdecedor contra minhas costelas. Na tela a nossa frente, o filme continuava. Com esforço, eu me voltei para a TV. Entre encontros e desencontros, eles estavam em um hotel, onde tocava um tango. E eles dançaram pelo salão, até serem expulsos. Eu ri. Tudo parecia tão certo e ao mesmo tempo tão errado. Era uma relação alto destrutiva. Mas o amor tem infinitas possibilidades... No fim, tudo acabava em tragédia com Jeanne dando um tiro em Paul, sem ao menos saber seu nome. Era triste. E libertador. Sabe aqueles filmes que mudam você de alguma maneira estranha? Era assim que eu me sentia. De alguma forma, eu me sentia desligada de tudo. Concentrando-me apenas naquele momento.
- Ainda acha que é só perversão? - Robert perguntou suavemente ao meu lado
Eu virei a cabeça para olhá-lo.
- Não... Há um sentido em tudo.
Ele estendeu a mão, os dedos quentes tocando meu rosto muito suavemente. Tirou uma mecha de cabelo dos meus olhos, colocando atrás da minha orelha, circundando o lóbulo, até minha nuca. Eu estremeci, como se uma corrente elétrica traspassasse meu sangue e fechei os olhos, incapaz de me mexer. Primeiro eu senti o hálito quente em minha pele, antes que os lábios tocassem minha pálpebras cerradas. Eu suspirei, abrindo os olhos. Nossas bocas estavam a centímetros de distância. Respirando no mesmo ritmo ofegante. Então, ele me beijou.
Continua...