Título: Doomed Love
Autora(o): Juliana
Shipper: Robert Pattinson & Kristen Stewart
Gênero: Romance, Drama, Sexo.
Censura: NC-17
***
- Ta bom, deveria imaginar que conhecer a cidade pra você queria dizer conhecer um bar!
Eu olhei o ambiente underground a minha volta. Porque aquilo não me surpreendia? Uma garçonete aproximou-se, na luz difusa do lugar, certamente ela não nos reconhecia. Não que fossemos, assim tão famosos. Mas as pessoas às vezes me reconheciam. E Pattinson fizera Harry Potter. Era alguma coisa. Definitivamente. Mas eu fiquei bastante satisfeita, dada as circunstâncias, de sair incólume. Ele pediu duas bebidas
- Bom, talvez eles peçam minha identidade e aí seremos presos – eu completei
- Você ficaria bem numa foto de delegacia
Ele juntou os dedos, como se esquadrinhasse meu rosto numa câmera e eu fiz uma careta
- Perfeito.
- Éé sério, Pattinson, estamos bem longe de Hollywood.
- Ninguém sabe quem você é aqui
- Por enquanto...
Ele riu e tirou a toca preta, os cabelos cor de areia surgindo revoltos e eu tive uma estranha vontade de erguer as mãos e passar os dedos pelos fios revoltos Mas não tive tempo de fazer algo tão sem noção, pois ele colocou a toca na minha cabeça.
- Pronto, está disfarçada
Eu fiz uma careta. Deveria estar ridícula vestindo aquilo.
- Talvez fique melhor agora na tal foto de delegacia. - ironizei
- Pode ser.
A garçonete aproximou-se colocando as bebidas sobre a mesa. Ela fitou Rob por um momento com cenho franzido
- Você não é...?
- Não.
Ela sacudiu a cabeça, vermelha
- Ok
A moça se afastou e eu ri
- Isto foi maldoso.
- Achei que não quisesse ser reconhecida
- Estamos falando de você
Ele passou a mão pelos cabelos, um risinho no canto dos lábios, me olhando nos olhos. E em minha mente me veio uma passagem da saga que eu devorara nas últimas semanas, não sei bem agora de qual livro “Olhar dentro dos olhos dele sempre faziam eu me sentir extraordinária - como se os meus ossos estivessem como esponja. Eu também ficava com a cabeça meio leve, mas isso podia ser porque eu esquecia de respirar” Foi exatamente assim que me senti naquele momento. Eu esqueci de respirar. E olha que nem tinha ingerido um gole da tal bebida na minha frente, lembro que quando li este trecho tive vontade de rir, tentando imaginar alguém que sentia os ossos como esponja. Era impossível pra eu entender. Mas naquele momento eu entendia. Porque os meus ossos estavam como esponja.
- Mais alguma coisa? - o som da voz da garçonete que retornará, certamente esperando mais alguma atenção, me tirou do transe em que me encontrava e eu desviei o olhar. Tentando respirar, antes que ele percebesse meu desvario momentâneo.
- Não, obrigada – ele falou sorrindo pra moça.
Ela também sorriu, como se tivesse ganho na loteria, antes de virar-se e se afastar. Pobre mulher. Mais uma deslumbrada. Juro. Eu tive pena dela
- Não vai beber? - ele perguntou
Eu não bebia muito, claro que vivendo em Hollywood a minha vida toda, eu já tinha ingerido bebidas alcoólicas. Em algumas festas que freqüentara às vezes tinha até mais que isto disponível. Mas eu não saía muito. Não era nem um pouco Lindsay Lohan, na verdade eu era bem tímida para uma pessoa que estava em frente aos holofotes desde criança. Mas por algum motivo que fugia a minha compreensão eu tinha vontade de ser um pouquinho doida esta noite. Só um pouquinho, disse a mim mesma, enquanto pegava o copo. Não era ruim. E nem era tão forte. Ele riu daquele jeito brincalhão
- Parece veterana já hein? Todo este papo de “Rob eu tenho 17 anos” - ele imitou minha voz e eu ri
- Eu não disse que nunca tinha bebido
- Bom... Pelo menos não terei que carregá-la
Não. Eu não queria nem pensar numa possibilidade daquela, mas minha mente, que parecia estar fora do controle naquela noite, já começou a formar imagens de Rob me carregando...
Chega Kristen – eu me recriminei. Se continuasse naquele ritmo daqui a pouco estaria pior que a Bella, Ridículo. Sim, era isto. Passara tempo demais lendo twilight, e aquilo já estava me afetando.
Estava tão distraída que quase dei um pulo ao sentir os dedos dele tocando minha testa.
- Porque tão séria? – ele indagou numa imitação perfeita do coringa de Batman, os dedos tocando o vinculo na minha testa. Eu afastei a mão dele, com um safanão, mas estava rindo. Certo, eu já estava rindo a toa e nem estava bêbada. Muito, muito promissor.
- Nada...
Ee ia insistir. Eu vi pela cara dele. Mas fui salva pela voz no palco que anunciava uma banda de rock
- Estes caras são legais – Rob comentou
- Você conhece?
- Já os vi tacando aqui
- Você tem uma banda também?
Ele deu de ombros
- Tenho algo assim, mas não é nada profissional. Meio que tocamos por bagunça mesmo
Ta bom, eu reconheço que era muito bonitinho o jeito que ele ficava pra falar de si mesmo. Algo casual, algo como se não se levasse muito a sério. Os dedos passando pelos cabelos revoltos, o riso de lado. Eu podia descansar meu queixo entre as mãos e ficar o ouvindo falar, só olhando, por um longo tempo e nunca me cansar. A banda começou a tocar e ele desviou a atenção para o palco. E eu fiz exatamente isto: descansei o rosto entre as mãos e fiquei olhando pra ele, enquanto o ouvia acompanhar a música. Como seria ele tocando? Eu fiquei curiosa de repente
- O que você toca? - indaguei por cima do som da música
- O que?
Ele se inclinou para mais perto para me ouvir
E de uma forma inesperada, eu me vi levantando a mão e tocando os fios revoltos de seus cabelos, como se fosse inevitável. Quase como uma compulsão.
- O que você toca? - repeti mais alto, os dedos brincando entre os fios. E então eu acordei. O que eu estava fazendo? Horrorizada, eu puxei a mão rápido, pegando o copo e levando a boca e evitando olhar pra ele
- Violão e piano – ele respondeu casualmente.
Eu arrisquei fitá-lo com o canto do olho. Ele parecia nem ter notado meu ato impensado, continuava com os olhos fixos na banda. Eu procurei fazer o mesmo desta vez. Prestar atenção na música ajudava a me distrair. Ajudou. A banda era realmente boa. Eles podiam ter tocado por minutos ou por horas, eu não sei dizer. Mas lá pelas tantas, eles se despediram do palco. Eu olhei em volta e percebi que o bar estava quase vazio. Assim como meu copo. Ops.
- Vamos? - Rob perguntou
- Sim, já deve ser bem tarde – eu gemi olhando o relógio no meu pulso e constatando que era realmente muito tarde. E amanhã tinha trabalho duro. Eu levantei, sinceramente com medo de estar cambaleante. Seria vergonhoso. Não estava acostumada a beber. Mas eu estava bem. Ótimo. Ter que ser carregada pra casa não seria nada legal; seria bem humilhante na verdade.
Continua...