Foto do Renan com quinze dias de vida.
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Meu amados, entrei no quarto do meu filho a noite pois um vento frio visitou minha terra e fiquei preocupado se estava coberto.
Claro que não estava, cobri-o e fiquei olhando, ele hoje tão homem e o relembrei ainda bebê quando eu o observava dormindo, acariciando com meus olhos o filho mais lindo do mundo, como todo pai coruja.
Lembrei o seu ursinho de pelúcia que se chamava Catatau e era seu amigo mais fiel ao lado da sua toalha imunda que ele arrastava por toda a casa.
Busquei uma foto antiga dele ainda bebe e rolou do meio delas um texto datado vinte e cinco de dezembro de mil novecentos e oitenta e cinco, quinze dias depois dele ter nascido.
Era o seu primeiro natal.
Me emocionei lendo o que escrevi numa época onde o sonho de transformar o mundo pra ele viver era o meu maior idealismo.
A foto está embaçada e a poesia é bem singela.
Meu filho, tu és a poesia que em parceria com Deus escrevi no meu coração
Te amo!
Jô
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Você lembra filho?
Não, não se lembra eu sei.
Mas eu me lembro
E me lembro muito bem..
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Anjinho que dorme.
Uma noite morna me aguarda,
Meu ursinho dorme comigo,
Não sei se de anjo da guarda,
Ou simplesmente de amigo.
O silencio me aquece,
O sol a muito dormiu,
Só volta quando amanhece
Trazendo luz, levando o frio.
Outro dia será meu, será sim.
Vou rir chorar, brincar.
Pegar a tarde pra mim,
Vou cair vou levantar.
O meu paizão lá do céu
Vai querer brincar comigo,
Vou derrubar seu chapéu,
Será que eu consigo?
Ele é tão sério. Não acha?
Mas já sei do que preciso,
Eu lhe dou meia bolacha
E ele me dá um sorriso.
Josué Basílio Oliveira
(25/12/85)
JOSUÉ
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