Januário o missionário

Por anos brincamos com essa rima do seu nome, mas para ele era uma meta definida, ele queria porque queria ser um missionário.
Desde criança na igreja, na escola dominical em suas orações manifestava seu desejo, mas não de ser um missionário comum.
Januário queria pregar o evangelho onde não fosse permitido, onde a palavra não pudesse chegar por opressão.
E lá foi nosso irmão pra faculdade de teologia em busca do seu sonho santo.
Nosso Januário hoje um quase um cinquentão muito simpático, rasgou esse mundo pela igreja Batista falando do amor de Jesus e cumprindo sua missão que dizia ele ser de ventre.
Hoje ele vive no Iraque e entre bombas e escombros prega realizado e feliz as boas novas
Das muitas historias que me contou vou dividir uma com vocês que sinceramente me arrepiou.
Em Bagdá, numa periferia ele cumpria sua missão,em um convento abandonado, que funcionava também como escola, a senhora que cuidava abriu as portas prevenindo que sua vida corria serio risco.
Mas qual nada, pra Januário isso não era nada e ele foi assim mesmo,
Amados,ele cuidava de doze crianças depois da aula as quartas e sexta feiras e por algumas horas contava as historias do Galileu sagrado.
Sentia muita dificuldade em ensinar os salmos pra aquelas crianças, pela língua e também por ser algo totalmente novo a eles.
Teve idéia de usar os dedos das mãos pra que decorasse o salmo vinte e três.
Cada dedo era um versículo.
Um era o senhor e o meu pastor, o outro deitar me faz em verdes pastos e assim por diante, e foi tão grande o sucesso, que todos aprenderam esse e outros salmos, mas o vinte três era o preferido.
Os meninos que tinham nomes mais confusos ele apelidava com nomes brasileiros Mane, Juca ,Zé,Dico, Pedrinho.e é sobre Pedrinho sua historia.
Onde você mora Pedrinho perguntou e o menino tímido respondeu, atrás do caminhão,engoliu seco e foi levar o menino naquela tarde,e atrás de um caminhão incendiado numa tenda feita com escoras era o lar do Pedrinho, cuidado pela avo pois a guerra levara seus pais há muito tempo.
Sentia um carinho muito especial pelo Kaleb que era seu nome, sempre calado, mas com um brilho no olhar que lhe dava a certeza que valia a pena sua missão.
Numa tarde em seu aposento no final da rua ouviu uma forte explosão, comum lá,mas seu coração gelou,o convento meu Deus! E correu, sim amados o convento estava no chão em escombros e quem estava lá na hora?
Alguém lhe disse que pelo horário só devia ter o vigia e um garoto que entrou pra aula.Seu coração chorou e lhe dizia quem era o menino.
As buscas acomodadas, pois a morte era tão comum naquele lugar, até mais do que a vida, e nosso Januário em toda sua amargura ajudando, mesmo sabendo do seu risco. Ele tinha que ficar escondido e sair no escuro, mas estava lá, dia após dia.
Encontrado o corpo de um homem, devia ser o velhinho vigia ele sentiu que estava perto de achar o seu Pedrinho.
Aquela noite foi pra casa e orou muito, chorou demais, queria sepultar seu menino com um funeral digno,e onde estava a avó do menino que sumiu também,e os outros meninos,cadê? Era coisa de enlouquecer.
E de fato no outro dia logo de manha acharam o Pedrinho, todo coberto de lama e o corpinho curvado como que se protegendo dos escombros.
Ele o pegou no colo, tentou em vão esticar seu corpinho,e chorando sobre aquele anjinho,observou algo que deixou seu coração em paz.
Pedrinho segurava fortemente seu dedo mínimo o dedinho que representava o versículo quatro do salmo vinte e três:
“AINDA QUE EU ANDASSE PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE NÃO TEMERIA MAL ALGUM PORQUE TU ESTAS COMIGO”

Deus o abençoe Januário o missionário,homem de deus que levou ate as ultimas conseqüência o seu sonho de falar do amor de Deus a quem que sem ele jamais ouviria e conheceria a palavra do senhor.

JOSÚCA...
Ele me chama assim.

JOSUEPOETA