Chuva na vidraça.
Observando a chuva que cai silenciosa
Deslizando lentamente pelo vidro embaçado
E um facho se luz que corta a água na calçada
Na noite que se reflete em meu peito cansado.
Eu que busco minhas verdades ocultas
E tropeço em tantas curvas da estrada
Sinto-me com a chuva caindo lá fora
No pranto triste derramado, solitária.
O tempo não pára os dias vão embora.
As horas galopam feito veloz alazão,
O corpo machucado de tanto lutar e cair
Procura um amor que lhe aquiete o coração
O amor que esteve tão perto, não vem agora.
Faz-me implorar que não me deixe morrer
Enterrado na desolação de não viver
Vegetando como zumbi da vida a fugir.
E eu aqui divagando sem nexo e sem graça
Sem ao menos entender o que vejo e o que sou
Sentindo essa dor tão estranha que me arrebatou
Olhando a chuva que cai e escorre na vidraça!
Josué poeta