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- Nenhuma tristeza vivida num campo de futebol é definitiva,sempre há de durar apenas até o próximo jogo.


Um jornalista contou-me essa historia à muito tempo na mesa de um bar,eu como bom garçom gravei na memória e divido agora com vocês .
Peço que não se assustem com o tamanho do texto, ganhe dez minutinhos e leiam,essa historia é linda


Torcedor apaixonado do Grêmio Maringá!!



Nas raras vezes em que se preocupou com a própria morte, meu pai costumava sonhar:
“ Eu gostaria de morrer num estádio cheio, vendo o galo jogar “. Seus olhos brilhavam por um momento fugaz, e logo ele retomava seus assuntos preferenciais: a beleza da vida, do amor, das paixões.
O “Galo “ dos seus sonhos é o cognome guerreiro do Grêmio Maringá,
Um time nascido com o destino de despertar paixões e mexer com os corações descuidados. Entre os muitos orgulhos de meu pai, um lugar especial estava reservado para o fato de ter sido um dos fundadores desse time.
Se é verdade que o futebol é uma doença, como querem alguns elitistas,então certamente será hereditária, como certas febres passionais, que nos corroem a alma de quando em quando. E não haverá felizmente vacina alguma que impeça que se alastre.
Passará de pai para filho, como o segredo dos bons conhaques.
As maiores lembranças, porém, ficam para a minha adolescência, quando o Grêmio Maringá começou sua carreira de glória e criou fama de vencedor.
Todos queriam derrotá-lo, e o objetivo de qualquer timinho da capital ou do interior, passou a ser apenas vence o temível”Galo do norte”.
Cada partida pelo campeonato passou a ser uma batalha, principalmente as disputadas em campos adversários.
Nesses dias o almoço saia mais cedo lá em casa, e meu pai logo se colocava ao volante do “fusquinha”desbravador.
Radio transmissor no ouvido,tomava lugar nas arquibancadas e servia de ponto de referencia para a torcida guerreira,que marcava encontro para as proximidades do Dr. Altino.
Paranavaí, Apucarana, Londrina, Bandeirantes, Mandaguari, Curitiba.
O carrinho percorreu muitos caminhos dirigido por um homem apaixonado, porém generoso,incapaz de agredir alguém,mas sempre disposto a revidar quando o Galo era ofendido.
O importante dizia, era ver o Galo ganhar.As brigas fica por conta da chiadeira dos derrotados costumeiros.
Em 1965 quando perdeu o tricampeonato para o Ferroviário numa jornada infeliz ele deu a volta por cima com a seguinte frase:
- Nenhuma tristeza vivida num campo de futebol é definitiva,sempre há de durar apenas até o próximo jogo.
Era uma tarde de fevereiro dia quatorze, luminosíssimos raios de sol se derramavam sobre acidade de Maringá, forrando de brilho o belo estádio municipal Willie Davids.
Veio gente de toda a região par ver o galo, mal das pernas mas cheio de raça,tentar uma quase impossível classificação para nova fase da taça de ouro,contra o poderoso Internacional de Porto Alegre.
O calor era muito forte, mas quando chegamos ao estádio
O jornalista esportivo e o velho torcedor, 78 anos recém-completados, ambos revivendo um ritual de muitos anos, a primeira frases de meu pai foi de admirado elogio a paixão que arrastara um punhado de jovens gaúchos através de milhares de quilômetros para ver o seu Inter jogar. Contemplando as poucas mas vibrantes bandeiras coloradas que se agitavam atrás de um dos gols ele comentou:
_ É uma pena. Esses moços não mereciam ver seu time perder, como vai acontecer hoje.
O Maringá começou a todo vapor, e aos oito minutos, numa bela jogada de Lola, Ademir entrou na área e fez o primeiro gol do Galo. O apaixonado brasileiro Altino Borba, meu pai e companheiro, deixou cair o radinho que trazia junto ao ouvido, baixou a cabeça e dormiu para sempre.
Passando um instante de incredulidade, dediquei-me. Atarantado, à tentativa inútil da ressurreição, com massagens no peito.
Enquanto ambulância abria caminhos, estridentes, por entre a massa, a torcida do Galo cantava e dançava, na antecipação da vitória. Eu mesmo, minutos antes explodira em palavrões de alegria que naquele momento me pareceram irreais e distantes. Meti a cara para fora da ambulância e contemplei um cenário extremamente familiar. O estádio estava luminoso e belo, como meu pai gostava. Aliás, ele que me perdoe, mas eu pude comprovar que também há tristezas definitivas num campo de futebol.


JOSUEPOETA

AMOR COMO É BOM TER VOCÊ EM MINHA VIDA,TE AMOOOOOO




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