Ainda me lembro como se estivesse vendo
Seus olhos perdidos no teto espelhado
E aquele grito abafado gemendo
Espalhando desejos outrora guardado.
A menina ingênua a se transformar,
Torna-se uma fera gulosa de amor.
Mordendo meus lábios, fazendo sangrar.
Cravados em minhas costas um grito de dor.
Seu suor e seu prazer se misturam em minha boca.
As palavras engolidas por beijos profanos.
Uma pantera no cio uma fêmea louca.
Dois animais vestidos de seres humanos.
Enfim o fim da loucura, o desejo saciado,
A respiração se acalmando o coração em paz.
Olhando para o espelho ainda embaçado,
Como quem acorda de um transe voraz.
Em silencio, brincando com os pelos do meu peito,
Seu sentido sumindo e menina adormecida,
Sonhando no lençol amarrotado e desfeito,
Agora se entregando aos anjos desfalecida.
Josué Basílio Oliveira