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Meus amados o texto é longo, mas é real, fui designado a por pra fora um garoto que pedia comida aos clientes do restaurante em que trabalho.
E o que viví naqueles momentos em que falei com ele, eu nunca mais em minha vida esquecerei
Descarreguei em rimas a experiência que tive cara a cara com a miséria e a indiferença.
Quando uma criança suja e mal cheirosa lhe pedir auxílio eu os convido a ouvi-la, não apenas lhe dar um pedaço de pão.
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UM MENINO DE RUA.
Naquele lugar onde os amigos se reúnem,
Os casais trocam idéias e olhares,
Onde os de bem com a vida se unem,
Buscando a descontração que há nos bares.
De repente uma ordem que vem de cima,
Alguém incomoda e sou ordenado a cumprir,
Expulsando o ser e aliviando o clima,
Pra que a noite em paz possa seguir.
Chegando ao local, coração doeu e vi,
Um garoto que seu mal era ter fome,
Esquecendo as ordens que recebi,
Abracei-o sem importar sujar o uniforme.
Dei lhe comida e um numerário
Mas notei que ele não se empolgou,
Falou-me que era seu aniversario
E inúmeras coisas me perguntou.
Você sabe o que é ter fome?
Você sabe o que é não ter onde morar?
Você disse que tem um filho já homem,
Ele tem sapatos pra calçar?
Senti vergonha ao olhar pra baixo e ver,
Os pés descalços do menino faminto,
Sentado ao seu lado pude entender,
O quanto pra mim mesmo eu minto.
Ele não queria apenas comida,
Ele não precisava de presente,
Buscava sua identidade perdida,
Queria ser tratado como gente.
Perguntou-me “você sabe?" com agonia,
Eu, calado, sem uma resposta formada,
Entendi na minha ignorante sabedoria:
Eu não sabia e não sei absolutamente nada.
Josué Basílio Oliveira
(23/11/08)
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JOSUÉ
UM AMIGO DE PLANTÃO
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