Debruçado na ponte


Hoje para pensar eu paro
E reparo tanta coisa que não via,
Tantos caminhos percorridos
Tantos sonhos perdidos,
Tanta esperança se volatilizando.
Tantas águas, tantos rios, tantas pontes.
E eu observando as águas rolando
Num caminho só de ida,
Sim ali não tem volta
E o destino é um só
O mar acolhedor.
E as águas daquele rio
Com certeza não chegará ao mar
Pura como brotou da fonte
Em seu caminho haverá pedras
E muita gente não respeitará sua pureza
Certamente a farão turva barrenta.
E se não destruída antes de chegar ao destino
Será uma água cansada
Que chega ao mar, não pra descansar,
Ou cumprir sua missão
Mas sim para morrer.
Nesse momento de reflexão
Em que me procuro nos labirintos
De muitas águas e redemoinhos
Observo minhas águas hoje turvas
Buscando meu mar.
Que poderia seria o prosseguir
sonhando com muitos encontros
com o apaixonante desconhecido,
ou quem sabe nos braços da morte
tornar me onda desse mar
e resignado e feliz
entender que não morri
Mas me purifiquei!

Josué Basílio Oliveira

***********************************************
E eu que já morri tantas vezes e tantas renasci para viver,
às vezes penso que vivo porque não sei mais morrer
**********************************************

Graça e paz



Beijo santo do seu poeta