Garçom
Ele chegou bem trajado
como quem vinha de uma festa.
Seu terno impecável, gravata importada,
abotoadura na camisa de seda.
Sentou-se e chamou seu garçom preferido:
“Amigo, cuida de mim.”
Pediu o melhor whisk da casa e falou:
“Você pode me escutar”?
Sei que as portas estão se fechando,
Mas não tenho pra onde ir
E vim buscar em ti
consolo pra minha dor.
E fez daquela mesa um confessionário
daquele garçom, seu sacerdote.
Seu traje impecável aos poucos se desfazendo
junto com todo o orgulho que aparentava.
Sua gravata arriada, sua camisa molhada,
sua emoção manchada pela dor que o trouxera ali.
E entre doses e mais doses
O lorde se tornou um bêbado
com os cotovelos na mesa de um bar
e a voz embargada pelo álcool ingerido.
E seu garçom, atento
e tão acostumado com aquela cena
sem dizer uma única palavra, foi seu conforto
apenas com o carinho da sua atenção.
e por fim educado e cavalheiro se despediu
derrubando a cadeira desorientado.
Pagando a conta, generoso como sempre,
abraçou seu garçom e saiu,
pela escura e fria madrugada
levando sua vida vazia
igual a garrafa de whisk
que deixou em cima da mesa!!!
Josué Basílio Oliveira
*****************************
JOSUÉ... UM AMIGO DE PLANTÃO
*****************************
Os direitos autorais são protegidos
Pela lei nº 9.610/98,
Violá-los é crime estabelecido pelo
Artigo 184 do Código Penal Brasileiro