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UM AMOR DOMINANTE
Ah esse amor!
Ah esse sentido que me fez tão seu.
Esse ardor que me atira em abismos,
Onde o medo não existe,
Onde a dor é tão pequena,
Onde o caminho não tem chão.
Ah esse amor!
Que me entorpece,
Que me subtrai do mundo real,
Que me enfurna em uma fornalha,
E me deixa insandescido.
Tem gosto de vida,
Observado pela morte.
Ah esse amor !
Que o tempo não varre,
Por mais que queira fazê-lo.
Que nos contaria e nos abomina,
Quando tentamos reprimi-lo,
Quando tentamos matá-lo.
Mostrando aos nossos olhos incrédulos,
Que ele não nos pertence,
De uma forma ampla e definida.
Ah esse amor!
Ele está em nós,
Ele vive em nós.
Numa possesão, dos nossos corpos,
E todo nosso mais intimo ser.
Mas não admite que o toquemos.
Que o maculemos.
Ele dita as regras,
Ele nos quer,
E é ele quem vai dizer
O momento do prólogo e do epílogo.
Nós apenas somos dele,
A ele pertecemos.
Como servos de um louco
E dominante amor!
Josuepoeta
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