Hipocrisia e trapaça
Foi assim como um pouco de vento
Que escapa por entre os dedos
Ou uma gota de pensamento
A reviver tantos segredos.
Como um pedaço de história
Guardada por quatro paredes
Também por duas memórias
Repousando em mansas redes
Como um som que em silêncio canta
aquela canção que foi sua
Que enternece e que encanta
Libertando e deixando a alma nua.
Como um peixe fora da água
Como uma estrela no chão
Como um rio no mar deságua
Unindo os dois corações.
Como um errante que procura
Um caminho que perdeu
Se até a mentira é uma jura
Ou até o diabo é um Deus
Como um silêncio quebrado
Feito um vaso de cristal
Ou um sorriso amarrotado
Com gosto de lágrima e sal.
Foi assim que eu achei
Palavras pra descrever
Numa ilusão que acreditei
Querer mais que poder.
E numa lembrança perdida
Senti renascer o que havia morrido
Alvejado pelo sorriso que encheu uma vida
De sonhos, hoje empobrecidos
Seguimos, o meu silencio devolveu
Mas instintivamente pra trás eu olhei
O flagrante nos surpreendeu
E com a luz dos seus olhos choquei
Passos que correram pra mim
Fugiam querendo ficar
E do outro lado do jardim
Sorria querendo chorar.
E como tudo acaba, tudo acabou,
Como tudo se vai, nos também nos fomos,
Fingindo ignorar a lágrima que rolou
Hipócritas e trapaceiros é o que somos!!!
Josué Basílio Oliveira
1990
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JOSUÉ... UM AMIGO DE PLANTÃO
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