FANTASMAS
A madrugada gritava alto seu silêncio de sepulcro
quando entrei naquele quarto.
A cortina branca sendo oscilada pela brisa gelada,
A lua majestosa como uma bola de fogo iluminava
aquela cama.
E eu reparei, olhei como a muito não olhava seu corpo de menina,
que nunca deixou de ter.
Adormecida, mal coberta, linda, indefesa.
Eu viajei por mundos distantes de uma explosão de perguntas.
Onde foi parar aquela paixão que nos arrebatava
até o terceiro céu, cometendo os pecados do amor
que o próprio amor condenava?
Onde aquela vida que vivida por nós
com tanta intensidade
perdeu as forças e cambaleante caiu?
Onde o amor que nessa mesma cama invadiu nosso quarto
entre gritos abafados e sussurros alucinados
dominando, possuindo, atordoando?
Onde o cristo, o bom Jesus, que no alto da cabeceira ainda
hoje vela seu sono
não pôde quem sabe entender tanta entrega.
Onde menina ficou tanto amor?
Que curva da estrada dividiu nossa estrada
e fez dela uma estrada irremediavelmente sem retorno?
Onde o carinho, onde o beijo, onde o amor?
Tantas perguntas numa fração de segundos.
A brisa bate mais forte, agora se torna vento.
Com muitas perguntas ainda na mente
e com muita tristeza no peito
fecho a janela, feito a cortina de um teatro,
inclino meu corpo cansado
beijo sua face serena
e vou dormir no quarto ao lado.
JOSUÉ
2/02/07
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*JOSUÉ... UM AMIGO DE PLANTÃO*
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