Uma mãe que acorda no meio da noite
E vê duas camas vazias
Os lençóis ainda desfeitos e com o cheiro
De anjos que ela embalou pra que dormisse.
Os corredores cheios silêncio
O coração sangrando sem parar
Onde ainda ontem era cheio de vida
Hoje só traz lembrança e dor.
O medo que amanheça
E ver que não foi tudo um sonho,
Que realmente foram arrancados
Pedaços da sua alma.

Que Deus te conforte minha amada Fabiana
Estamos aqui.

(Fabiana é minha sobrinha filha da minha irmã )

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Homem mata os dois filhos e se suicida em quarto de hotel em Jaú

José Henrique Teixeira

Duplo homicidio, seguido de suicídio, foi o quadro trágico que a polícia encontrou na noite deste sábado (23/1) no quarto de um hotel na avenida Ana Claudina, em Jaú. Um pai matou os dois filhos a facadas e, em seguida, com a mesma arma, deu fim à própria vida. A mãe das crianças, Fabiana de Oliveira Alves Barreto, moradora em Bocaina, não estava presente. Ela foi acionada pela Polícia, veio para Jaú e o delegado Claudemir Ferracini determinou que ela fosse levada diretamente para a Santa Casa sem contar-lhe que as crianças estavam mortas.

Edson Muniz Barreto, de 35 anos, hospedou-se no hotel no dia 20 (quarta-feira), juntamente com os dois filhos, Nathan Gabriel, de nove anos, e Ana Beatriz, de cinco. Conforme a recepção do hotel, ele pagou adiantado a hospedagem até este domingo, dia 24.

No começo da noite deste sábado o funcionário da recepção atendeu o interfone e o hóspede do quarto 406, no caso Edson Muniz Barreto, pedia por socorro. O funcionário subiu até o segundo andar e deparou com o homem recostado na cama, com o peito sangrando. Desceu correndo e acionou a Polícia.

Quando os policiais militares entraram no quarto Edson ainda estava vivo. Conforme o policial Toledo, Edson disse que fez isso e que a mulher dele estava ciente que a qualquer hora ele faria o que fez. "Ele disse que não aceitava a traição que ela fez com ele e que por isso matou as crianças", falou Toledo. O policial relatou ainda que Muniz estava bastante nervoso e que dava alguns gritos. "Parecia estar alterado por alguma substância", observou.

Antes de matar as duas crianças a facadas, Muniz deu sonífero para elas. "Encontramos cartelas de comprimidos em cima de uma bancada e o médico que compareceu ao local disse que são calmantes. Ele mesmo disse que tinha dado esses medicamentos para as crianças e que elas não sentiram dor ao serem mortas", completou o policial.

Após matar as crianças na cama, Muniz cobriu os corpos. Depois de se ferir com a faca, recostou na mesma cama. Quando os policiais chegaram ele começou a falar o que tinha feito e levantou-se. Em dado momento caiu morto, aos pés da cama. Estava sem camisa e trajando uma bermuda.

Informações preliminares colhidas no local dos fatos dão conta que Edson e Fabiana estavam separados e ele morava na cidade de Pirajuí. Ele conseguiu uma ordem judicial para ficar com as crianças alguns dias. Teria apanhado as crianças com ela em Bocaina e trouxe para o hotel em Jaú, onde matou as duas e depois se matou. O delegado Claudemir Ferracini disse que ele deixou carta no quarto do hotel, que agora fará parte do inquérito instaurado e será analisada.

O enterro das crianças aconteceu as 16h deste domingo em Bocaina, no mesmo horário Edson Muniz Barreto seria enterrado em Pirajuí, região de Bauru.