
SE...

Me cortarem os sonhos em fatias,
amputarem a inspiração que em mim vive,
me afligir a dor penetrante, da perda ou saudade.
tombar pelas pedras da falsidade e hipocrisia,
meu árduo caminho, feito só de aclive;
me perder em dúbia personalidade.

Não careço de dó, piedade, pena.
apenas deixem a estrada desimpedida,
os passáros de porcelana, libertos.
não coloquem trancas nos jardins abertos.
Me permitam que eu mesmo decore a cena,
Trace o enrêdo, o desfecho, a saída.

Quando cheguei aqui, não trouxe nada,
as mãos, vasos, coração vazios,
chegada a hora definitiva de ir embora,
não carregarei alforjes, lembrança passada.
irei de carona no vento litorâneo; Toada
suave; um solo de violino, é só o que preciso.
E a tatuagem no meu peito, do seu sorriso.
