DAMA DE AZUL
Era a cor acertada
Nas longas noites de lua.
Mesmo sendo aprisionada,
Via-se livre, solta, nua.
Nada cheirava a maldade
Nos rumos da sua trilha.
Não conhecia saudade
E da pureza era filha.
Era a cor acertada
Nas longas noites de lua.
Mesmo sendo aprisionada,
Via-se livre, solta, nua.
Nada cheirava a maldade
Nos rumos da sua trilha.
Não conhecia saudade
E da pureza era filha.
Na dança, sempre descalça,
No canto, sem partitura.
No fandango ou numa valsa
Era leveza e candura.
No amanhecer, um sorriso.
Nas tardes, sonho discreto.
Dia todo, um paraíso
Em horizonte seleto.
Passa a vida num instante.
Num relance o azul descora.
E o traje da viajante
Vê-se tingido de amora.
Passa a vida num instante.
Num relance o azul descora.
E o traje da viajante
Vê-se tingido de amora.
Corre-lhe, na veia, o pranto,
Na artéria, um brado silente.
No riso, não mais encanto.
Da vida, morte aparente...
Na artéria, um brado silente.
No riso, não mais encanto.
Da vida, morte aparente...
Ouve-se o vento tristonho
Levando a lugar algum,
Toda a beleza do sonho
Que foi um... Apenas um!
Levando a lugar algum,
Toda a beleza do sonho
Que foi um... Apenas um!
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