“Sempre fui daquele tipo de pessoa que prefere
ajudar os outros do que ser ajudada, na realidade sempre tive uma certa
preguiça em querer desabafar. Sentia uma vontade absurda de ficar na
minha. Eu já sabia que ninguém entenderia, já havia até me conformado
com isso. Enfim, acostumei com a minha rotina, com as pessoas sempre
partindo, com os meus sentimentos quietinhos no canto deles, onde
exatamente cada um deveria estar, ou era só a tal preguiça de me
socializar. Só que, dizem por aí que a vida é uma caixinha de surpresa, e
eu estou aqui, embora, com preguiça, mas com os sentimentos bagunçado,
com medo e me sentindo vulnerável a qualquer vento. Qual é? Estava tão
bom assim, qual foi o problema dessa vez? Quer me tirar dessa
normalidade monótona que é a minha vida pra quê? Você não gosta dessa
calmaria? Ou prefere o furacão de sentimentos quando eu resolvo mexer
neles? Eu guardo sentimentos dos quais nunca te contei, te assustaria se
soubesse. Qual é, porque você faz essas coisa? Digo, vai porque diz que
não podemos ficar juntos e de repente volta falando que nunca irá amar
alguém como me amou? Qual é o sentido disso? Qual o sentido de prometer e
não cumprir? Se foi, por favor não volte, eu não posso viver com isso,
você foi, vocês escolheu ir, e eu escolhi deixar você para trás, passado
não volta mais não é isso que dizem? Pois bem, você é o meu passado e
vai continuar sendo ele. Comigo agora, apenas bagagens novas, e leves,
nada que me prenda ou que me deixe mal, nada que sugue os restos das
forças que me restou do tombo que levei com você. Eu to seguindo, minha
vida tem ido, e dessa vez, dessa vez eu não vou deixar você me carregar
pro fundo de novo, eu quero a superfície eu quero o céu, as estrelas, eu
quero ser é feliz.”
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