No Brasil, ensinou um metre a preparar uma "papa" uma espécie de polenta, feita à base de milho e comida tradicional da tribo sul-africana Ndebele, onde a artista nasceu e mora até hoje.
Assim como a alimentação (a "papa" é como o nosso arroz com feijão, com a diferença de que também serve como café da manhã), Esther faz questão de preservar outras ricas facetas da história de seu povo. Faz isso com sua arte e com suas roupas.
E depois, por meio de um sapato brasileiro: ela ilustrou uma edição limitada de um modelo de sapatilha Melissa, encomendado especialmente para o São Paulo Fashion Week, em 2009.
Tem 77 anos.
Tinha 60 anos quando saiu pela primeira vez da África do Sul, direto para uma exposição no conceituado centro Pompidou, em Paris. Daí por diante, não parou mais.
A parceria com a Melissa aconteceu por indicação da jornalista Erika Palomino, que viajou para a África em busca de um talento local para o projeto da empresa.
A técnica que Esther utiliza até hoje em seus trabalhos foi aprendida aos dez anos de idade. Todas as meninas de sua tribo são ensinadas a pintar e a fazer bordados com miçangas quando crianças. "Depois, cada uma desenvolve o seu próprio estilo", conta. O dela é marcado pelos desenhos de lâminas. Parte da tradição de pinturas geométricas dos Ndebele já pôde ser vista no Brasil há cerca de dois anos, quando Herchcovitch criou coleção inspirado pela cultura da tribo.
Foto: Rafael Cañas
texto:Carolina Vasone - Editado por mim.