Vai pensar que é como os outros eu-te-amo mundo afora,
ditos sem choro nem vela, sem ânsia no estômago, sem medo, sem ousadia.
Não
vai acreditar que meu eu-te-amo é daqueles que revoltam a alma inteira,
que machucam o corpo, que arrepiam a pele, que doem, porque é daqueles
eu-te-amo que compartilham a gente com o outro, que dividem quem se é,
vai acreditar que meu eu-te-amo é daqueles que revoltam a alma inteira,
que machucam o corpo, que arrepiam a pele, que doem, porque é daqueles
eu-te-amo que compartilham a gente com o outro, que dividem quem se é,
que recebem quem não se é.
Se eu disser que te amo, você vai dar risada,
responder que me ama também, mas eu bem sei: não ama não. Você não me ama porque não compreende o meu eu-te-amo
pedaço de minha alma vermelha dolorida.
Mão não tem desespero, só o apego de meus olhos a ti.
Porque ainda que eu diga que te amo e ainda que eu dizendo você não compreenda,
eu direi outras e outras vezes que te amo.
Direi que te amo quantas vezes eu puder me repartir.
Direi que te amo e direi que te amo e direi que te amo até que eu seja tão pequena, mas tão pequena,
que não tenha mais altura pra te amar, ou que esqueça de te amar, ou que desista,
ou que mate e me mate todo o meu amor por ti.