A vida é muito séria, mas eu brinco com ela
faço dela minha avenida, minha aquarela.
quantos anos viverei? Eu não sei.
Pode terminar tudo amanhã
ou agora no meio desse verso.
Sabendo que não terá regresso,
faço tudo com afã.
A vida é muito séria, ensina a matéria,
mas não necessariamente tem que ser triste,
senão para quê existe?
Pode não ser comprida, pelo menos bem cumprida.
Todos os dias o sol acena
que somos os autores e atores da próxima cena
e cabe a nós o desfecho triunfal,
só que essa peça não é faceta, é real.
A vida é muito séria,
mas para quem se apega à matéria e se esquece do espiritual,
e assim sua vida pelos dedos escorre.
Meu corpo vai passar porque é momentâneo
e tudo que é físico morre
e se viver é assim tão instantâneo
que seja então de forma plena. Veloz ou serena.
Vão ficar os meus atos, minha obra, isso sim, é fato,
a lembrança cobra tudo que eu disser, que eu fizer e que fiz.
E se após essa vida, houver uma outra vida
buscarei também nela uma maneira de ser feliz.