A noite continua escura e aqui o medo e a surpresa ainda nos paralisam por dias a fio. A vida nos mostra sua face dura e cruel e, do modo mais difícil, demonstra mais uma vez o poderio do destino sobre nossas breves existências, das quais podemos tão somente esperar aquilo que é o inevitável à quem recebeu do criador um sopro de vida. Então mais uma vez, ou pela primeira vez somos jogados num turbilhão incontrolável de dentro do qual temos que escapar o mais rápido, ou menos machucados que pudermos... E sentimos então a aflição de sofrer ou de compartilhar da dor do outro como se fizesse parte de nós, aí percebemos o quanto cada instante é fugas, no entanto essencial e como devemos agir para com aqueles com quem o coração se compromete sem perceber. O mundo não pára sua marcha para curarmos as feridas, muito pelo contrário, nos atropela com sua campanha infindável e veloz, e somos nós que temos que nos adaptar e decidir encarar tudo por nós mesmos ou sofrermos em respeito e de luto pelo próximo. E ficamos aqui como que congelados e esperamos mais uma vez pelo tempo, que é somente ele que nos acalma, esperamos que com ele venham novos ventos, e assim ganhemos um novo fôlego.