Esfuziantes manhãs.
Na insônia, ou insânia fotofobicamente
acompanho o caminhar da luminosidade.
Sonolentos - Eu e o silêncio -
vamos dormitando; tentativa de segurar
a noite. A manhã progride inexorável,
desperta-nos: rainha de sons,
brejeira cinética. É um latido, um pio,
um carrilhão atrevido. Um galo no
primitivo estribilho... É um canto geral.
O silêncio se despede.
Lá do escuro sai a sombra e, num
crescendo, a penumbra.
A noite recua com a luz.
A manhã contagia... Levanto;
saúdo colorida joaninha.
Beijo orvalhados gerânios,
inebrio-me com o ar. É nova a manhã.
Pego meu fardo, saio sorrindo.
Cheio de esperanças...
Sou sempre menino!
Sou todo manhãs!