“Ele foi posto na manjedoura porque não havia lugar na hospedaria. Quão solenemente isso revela a avaliação que o mundo faz do Cristo de Deus. Não houve consideração para com a Sua maravilhosa complacência. Ele não foi desejado. E assim permanece até hoje. Não há lugar para Ele nas escolas, na sociedade, no mundo dos negócios, entre a grande multidão dos que buscam seus próprios prazeres, no âmbito político, nos jornais, nem mesmo em muitas das igrejas. É uma mera repetição da história. Tudo o que o mundo deu ao Salvador foi um estábulo como berço, uma cruz para morrer, e um túmulo emprestado para receber Seu corpo sem vida. Ele foi posto numa manjedoura para demonstrar o tamanho da Sua pobreza. “pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós. Ele foi posto numa manjedoura para tornar-se acessível a todos e a qualquer um. Se fosse colocado num palácio, ou nalguma sala do Templo, poucos teriam conseguido chegar a Ele sem a formalidade de primeiro obter permissão daqueles que estivessem trabalhando nesses lugares. Ele foi posto numa manjedoura como para prefigurar o caráter daqueles entre os quais Ele veio. O estábulo era o lugar dos animais do campo, e foi no meio deles que o recém-nascido Salvador chegou. E quão bem eles simbolizam o caráter moral dos homens! Ele foi posto numa manjedoura para mostrar o Seu descaso pela pompa e riquezas deste mundo. Ele foi posto numa manjedoura para indicar a Sua identificação com o sofrimento e a miséria humana. Aquele que nasceu era o Filho do Homem. Ele foi posto numa manjedoura porque esse era o lugar de sacrifício. A manjedoura era o lugar onde a vida vegetal era sacrificada para sustentar a vida animal. Lugar apropriado esse, então, para Aquele que chegaria a ser o grande sacrifício, depondo a própria vida em favor do Seu povo, para que nós, mediante a Sua morte, fôssemos vivificados.
A. W. Pink