Sem Matt Damon, franquia "Bourne" aposta em estrelas e mais ação.Para os fãs de Matt Damon, pode ser uma decepção ir ao cinema ver um filme do universo Bourne sem o personagem-título. Mas para quem gosta do enredo cheio de conspiração, será interessante descobrir que existe um mundo paralelo àquele de O Ultimato Bourne, terceiro filme da franquia).A história de O Legado Bourne, que estreia no Brasil nesta sexta-feira (7), acontece concomitantemente ao Ultimato, de 2007, que levou três estatuetas do Oscar. "O que a gente descobre nesse filme é que o enredo é maior do que tudo que vimos até agora nas três primeiras produções, a conspiração é maior e ao abrimos a cortina, mostramos muito mais coisas acontecendo", revela o diretor Tony Gilroy, em entrevista ao Terra, em Los Angeles.Essa foi a saída que o estúdio encontrou para continuar levando ao telão as histórias do agente Jason Bourne inspiradas nos livros de Robert Ludlum, depois que a estrela da série, que deu vida ao personagem desde o primeiro filme em 2002, resolveu deixar a franquia. Matt Damon, assim como o diretor dos três primeiros filmes, Paul Greengrass, não embarcou no novo projeto pois achava que não havia uma continuação interessante que envolvesse Jason Bourne. Por isso, Gilroy, o roteirista dos três primeiros episódios da saga de espionagem, foi convidado para estrear como diretor na franquia, além de também assinar o roteiro novamente."Não convidei Damon pois ele já havia saído quando peguei o projeto. Nessa sequência, ele nunca chegou a ser uma opção para mim como ator", declarou Gilroy. A série foi inaugurada em 2002 com A Identidade Bourne, que arrecadou US$ 214 milhões mundialmente e foi seguida por A Supremacia Bourne (2004), com um lucro de US$ 288, e pelo terceiro longa, O Ultimato Bourne (2007), que faturou US$ 442 milhões.Novo elenco:O elenco dessa nova conspiração traz três rostos conhecidos de Hollywood: Rachel Weisz (O Jardineiro Fiel, 360), Edward Norton (Homens em Fúria) e Jeremy Renner (Missão Impossível, Os Vingadores). "Ao abrirmos as cortinas da história, descobrimos que existem outros programas similares ao Treadstone, que treinou Bourne. Aaron Cross, o personagem de Jeremy Renner, foi treinado pelo programa Outcome, e agora precisa ser destruído", explica o diretor. E é Renner quem deixa o expectador sem fôlego nas cenas de ação que duram o filme inteiro. "Não teve cena fácil, para me preparar fisicamente para o papel tive que treinar cinco horas pro dia", falou o ator.Edward Norton faz Eric Byer, mentor do programa da CIA, responsável agora por destruir os agentes geneticamente modificados. Diante do papel intenso e cheio de responsabilidades, Norton revelou que seu preparo foi diante de pesquisa e concentração total: "o maior desafio foi manter o senso de tensão, pois o personagem trabalha num alto estresse e excitação".Ele complementa dizendo que todo o personagem foi baseado em figuras chaves do governo americano: "eu e o diretor falamos muito sobre a criação do meu personagem, alguém nos seus 40 anos que está à frente de uma corporação cheia de poder. Ele me deu alguns exemplos de pessoas no governo, e disse, "olhe esse cara, olhe aquele". E achamos um homem que era um modelo interessante. Ele entrou há dois anos no governo com o cabelo preto e agora está com a cabeça completamente branca. Você consegue ver o estresse do trabalho na cara dele", diz Norton que aparece no filme com o cabelo grisalho.Já Rachel Weisz é a cientista Marta Shearing, que ajuda Aaron Cross a se livrar das perseguições e até da morte. Ela não entra de cabeça nas cenas de ação como Renner, mas passa por alguns momentos cheios de emoção, principalmente na cena em que está na garupa da moto do personagem. "Foi aterrorizante, ele acelerou a moto e gravamos em duas rodas em alta velocidade pelo centro de Manila, capital das Filipinas", diz a inglesa, que encontrou uma virologista para aprender um pouco mais sobre a ciência e poder atuar com mais confiança. "Ela me disse que tudo que acontece no filme, essas conspirações todas, tudo é real e não é ficção cientifica não".Além de gravar nas Filipinas, o longa tem cenas ainda em Nova York, no Canadá e no Alasca. "As cenas nas Filipina foram intensas. Tudo lá foi gigante, cada pedacinho levou muito tempo. Viajei o mundo para escolher uma cidade e quando cheguei em Manila achei aquilo tudo muito Bourne. A cidade é colorida, feia, fedorenta, cheia de gente, insaciável, aterrorizante e exótica ao mesmo tempo. Tinha infraestrutura, pessoas querendo trabalhar e nunca tinha sido rodado um grande filme lá. Queria um lugar assim, novo", declara o diretor. Apesar da fascinação pela capital, o cineasta garante que não foi fácil: "foi tudo muito complicado em Manila, mas ótimo, com pessoas extraordinárias".A produção de um próximo filme da franquia ainda está sendo estudada e depende dos resultados de bilheteria deste filme para que o projeto continue. Até o último final de semana o filme rendeu US$ 156,6 milhões nas bilheterias do mundo inteiro, valor abaixo do esperado.
posted by Flávia Hudgens