"Descubra o que precisa descobrir sobre você." É uma frase que eu tenho repetido para mim. A gente vive tentando ser uma coisa só, um resultado pronto, como se fosse acontecer. O que acontece são as surpresas do caminho, dos sentimentos da gente, das pessoas, são os detalhes e as explosões que fogem do nosso controle. O que fazer diante delas? Olhá-las. Olhar para dentro. O que eu preciso descobrir sobre mim agora? O que ainda é importante, quais as novas coisas que me chamam? Quais lugares ainda desejo visitar, quem eu amo mais do que nunca, quais dores não doem mais? Todo ano é ano de lidar com a morte - Dos ciclos, das pessoas. Próximas ou não, algumas vão antes e algumas vão depois da gente. Algumas delas a gente ama, tem por perto, ama ouvir a voz e as histórias. As nossas estão por aqui? Vamos amá-las e ouvi-las, então. Se não estão, vamos estar onde ainda podemos senti-las, chorar de saudade delas, lembrar das coisas maravilhosas. Os nossos processos são infinitos. Há que se ter coragem para embarcar neles, são complexos, doem e queimam, revelam coisas lindas que fazem a gente chorar de tão lindas que são. É preciso ver tudo, visitar todos os lugares, é assim que eu penso. Senão a gente segue os caminhos com meias-verdades e eu sei que há quem consiga fazer isso. Mas descobri, sobre mim, que não sustento. Não sustento meias-verdades. Preciso ser inteira para não me sentir ausente - De mim, das minhas verdades todas. Aproveitemos a vida que recomeça. Sejamos nós e nós e nós e nada além disso.

— Giovanna Lunetta