Indiferença
E a brisa passou tão delicada
que nem pôde ser notada
e o sol chegou tão fraco
que parecia ser opaco.
As estrelas encobertas por uma nuvem pesada,
a lua minguante nem brilhava.
Os animais adormecidos,
os jardins não estavam mais floridos.
As flores não eram mais viçosas,
nem mesmo as rosas.
Pássaros que não cantavam,
rios que, em mares, não desaguavam.
Os caminhos muito vazios
e, apesar de qualquer estação,
o que se sentia era muito frio.
Um rastro de solidão
inundou um certo coração.
As pessoas não sorriam,
as crianças não se divertiam.
Tudo era indiferença
apesar de todas as presenças.
Tudo era natural
e ao mesmo tempo tão mortal.