« Crescer não é difícil. Difícil é separarmo-nos. E jamais nos separamos sem alterações profundas. Separarmo-nos, não é afastarmo-nos dos outros, mas ao contrário, termos a disponibilidade interior de afirmarmos, na sua presença, os nossos pensamentos, os nossos medos e as ilusões que nos acalentam. Assim, as pessoas que amamos não são aquelas com quem nos fundimos, mas, antes, as que permitem que nos separemos do nosso interior e nos percamos nelas, para nos encontrarmos. Separar, não supõe então, ficar perto, mas estar dentro de quem nos tem dentro. Ficar perto traz consigo a dependência, o medo da ausência. Estar dentro faz-se de ligações "eternas enquanto duram" ou, talvez com mais rigor, eternas para sempre. »
Separar, significa assim, nunca desistir de procurar as respostas, nunca desistir de crescer e de amadurecer. Separar, torna a vida uma busca constante dos porquês, dos para quês. Separar, ensina-nos a ser fortes e a nunca desistirmos de nós e de quem amamos, torna possível encontrarmos um caminho onde nunca previamos uma saída. Ao longo do percurso, vamos aprendendo a escolher, a levantar sozinhos, a seguir o coração e a deixar de lado o que não conseguimos deixar para trás. Nunca devemos dizer adeus, nunca há um adeus em definitivo, tudo permanece eterno, cá dentro.