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Teus mistérios me devoram,
me transformam em compulsivo curioso;
homem em fogo a desejar-te todo tempo,
espantado com a cor do teu fascínio;...
mas sob teu domínio
meu amor é furiosa tempestade.
Liberdade é tolice que abdico!
Quero ser, por livre-arbítrio,
tua propriedade,... teu escravo.
Vem satisfazer-se plena em mim,
mas não conta sempre assim
com essa leal passividade.
Sou mesmo de veneta;
vez ou outra, sou rebelde amotinado.
Tendo rabiscado cicatrizes na tua pele,
deixarei mordidas em tua carne.
Invertido assim o jogo de cartas marcadas
entre a casa grande e a senzala,...
se à luz do dia, tu mulher, és minha dona,
quando, enfim, a noite acalma,
sou eu o amo de teu corpo,
tu és minha mucama...
servil, apaixonada.
(André L. Soares)