adianta saber que dói, pois o coração não segue os conselhos da razão.
Ele é burro, teimoso, adora se meter em encrencas amar a pessoa errada e
nos fazer sofrer. De que adianta amar tanto, se ao final disso tudo
sobrarão lágrimas e pesadelos? Talvez seja melhor não amar. Mas, como deter esse coração burro, bobo e teimoso, se ele teima em desobedecer as ordens da razão? Ah,
ingrato! Que faço contigo se não segues as minhas diretrizes, te
apaixonas e me judias? Trancar-te-ei num calabouço imaginário e não
poderás, em momento algum, sair de lá pois não tens condições de andares
à solta, me colocas em fria sempre que fazes isso. É,
certíssimo quem afirmou que “amar dói”! Dói mesmo! Dói porque exige que o
vivamos intensamente de corpo e alma. Exige que enxerguemos com os
olhos do coração e este coração é míope, só vê o que lhe interessa. Dói
crescer, dói amar dói mais ainda perder esse amor, descobrir que se amou
sozinha, sem fluxo de volta e sem correspondência. Amar pelos
dois? Isso não existe! Amor tem que ser bilateral, fluxo e refluxo, ida e
volta. Amar tem que ter sabor de goiabada com queijo, Romeu e Julieta
(com final feliz, claro!). Nada de descobrir que não amava, ou que o
amor era pouco e se acabou. Amar tem que valer a pena, sempre! Mas,
amor não vale a pena só porque acaba? Não! Não é esse o termômetro que
indica se valeu ou não a pena. Mas, se foi um amor verdadeiro,
recíproco, imortal enquanto durou, então valeu a pena! Mas, se
foi um amor em vão, enganado iludido ah esse amor só trouxe dores, como
pode ter valido a pena? Mesmo que tenha havido momentos “felizes”, são
momentos que a desilusão não conseguiu compensar. Esse não é o
amor contado nos romances exaltado pelos poetas, cantado pelos
intérpretes. O amor pra valer a pena tem que ter sabor de “quero mais”.
Até quem ama sozinho pode valer a pena, desde que ele saiba dessa
condição, como amou Platão. Mas, se houver má fé no amor, não vale a
pena! Amar não suporta sentimentos negativos, ele precisa de um
“fermento” a mais. Amar até pode dar certo, mas, precisa de cuidados, de carinho, dedicação... amar precisa de amor!!! É
amar dói, dói muito! Amar é um parto, tão doloroso quanto! Amar é parir
um filho todos os dias. O amor, quando acaba, é uma gestação
interrompida, um sentimento abortado. Amar é como sentir
saudade, dói, porque nos faz sentir uma necessidade constante e premente
de sermos amados e lembranças nos levam a querer sermos lembrados. Dói
amar... dói crescer... dói sentir saudade! Ah, dói! Amor exige atenção,
exige cuidados exige emoção, alegria, precisa cultivar a cada dia. Ah,
amar! Acho que nós, seres humanos, ainda não estamos preparados
para vivermos um grande amor. Não estamos predispostos a rasgar o
coração e nos entregarmos por inteiro. Para viver um grande amor, é
preciso mais do que puro amor, mais do que propriamente amor. É
preciso saber renunciar em nome desse amor, vencer o egoísmo, a
individualidade, aceitar unir dois em um. Estamos nós preparados pra
isso? É amar realmente dói, fere nosso Ego nos torna grandes, mas pode
causar danos. Amar até pode dar certo... Mas dói!!!