Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de março de 1945 – São Paulo, 19 de janeiro de 1982) foi uma cantora brasileira. De morte trágica e prematura, deixou vasta e brilhante obra na música popular brasileira. Foi apelidada por Vinícius de Moraes de Pimentinha. É considerada por boa parcela de músicos e público como uma das maiores cantoras de todos os tempos da MPB. Elis Regina nasceu na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, onde começou a carreira como cantora aos onze anos de idade em um programa de rádio para crianças chamado O Clube do Guri, na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego. Revelando enorme precocidade, aos 16 anos lançou o primeiro LP da carreira.
O estilo musical interpretado ao longo da carreira percorria assim o "fino da bossa nova", firmando-se como uma das maiores referências vocais deste gênero. Aos poucos, o estilo MPB, pautado por um hibridismo ainda mais urbano e "popularesco" que a bossa nova, distanciando-se das raízes do jazz americano, seria mais um estilo explorado. Já no samba consagrou Tiro ao Álvaro e Iracema (Adoniran Barbosa), entre outros. Notabilizou-se pela uniformidade vocal, primazia técnica e uma afinação a toda prova. O registro vocal pode ser definido como de uma mezzo-soprano característico com um fundo levemente metálico e vagamente rouco. Foi Elis quem também lançou boa parte dos compositores até então desconhecidos, como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Tim Maia, Gilberto Gil, João Bosco e Aldir Blanc, Sueli Costa, entre outros. Um dos grandes admiradores, Milton Nascimento, a elegeu musa inspiradora e a ela dedicou inúmeras composições.
Durante os anos 70, aprimorou constantemente a técnica e domínio vocal, registrando em discos de grande qualidade técnica parte do melhor da sua geração de músicos. Em 1975, com o espetáculo Falso Brilhante, que mais tarde originou um disco homônimo, atinge enorme sucesso, ficando mais de um ano em cartaz e realizando quase 300 apresentações.
Lendário, tornou-se um dos mais bem sucedidos espetáculos da história da música nacional e um marco definitivo da carreira. Ainda teve grande êxito com o espetáculo Transversal do Tempo, em 1978, de um clima extremamente político e tenso; o Essa Mulher em 1979, direção de Oswaldo Mendes, que estreou no Anhembi em São Paulo e excursionou pelo Brasil no lançamento do disco homônimo; o Saudades do Brasil, em 1980, sucesso de crítica e público pela originalidade, tanto nas canções quanto nos números com dançarinos amadores, direção de Ademar Guerra e coreografia de Márika Gidali (Ballet Stagium); e finalmente o último espetáculo, Trem Azul, em 1981, direção de Fernando Faro.
Dentre os inúmeros sucessos consagrados, estão: Arrastão, Canção do sal, Redescobrir, Aprendendo a jogar, Casa no campo, Fascinação, Maria Maria, Romaria, Cartomante, Corcovado, Upa, neguinho!, O Bêbado e a Equilibrista, Aquarela do Brasil, Águas de março, Retrato em preto e branco, Alô, Alô Marciano, Dinorah Dinorah, Canção da América, Travessia, Saudosa maloca, Me Deixas Louca, Aviso aos Navegantes, Folhas Secas, O mestre-sala dos mares, Bala com Bala, Tiro ao Álvaro, Iracema, Aquele Abraço, Como Nossos Pais, Doente Morena, Ensaio Geral, Fechado para Balanço, Ladeira da Preguiça, Louvação, No Dia em que Eu Vim Embora, Meio de Campo, O Compositor Me Disse, Gracias a la vida, Oriente, Rebento, Roda, Se Eu Quiser Falar com Deus, Viramundo, dentre muitos outros.
Últimos momentos
Causando grande comoção nacional, faleceu aos 36 anos de idade em 19 de janeiro de 1982, devido a complicações decorrentes de uma overdose de cocaína, tranquilizantes e bebida alcoólica. Foi sepultada no Cemitério do Morumbi.
Discografia
(1961) Viva a Brotolândia
(1962) Poema de Amor
(1963) Elis Regina
(1963) O Bem do Amor
(1965) Samba - Eu Canto Assim
(1965) Dois na Bossa • ao vivo
(1965) O Fino do Fino • ao vivo
(1966) Dois na Bossa nº 2 • ao vivo
(1966) Elis
(1967) Dois na Bossa nº 3 • ao vivo
(1968) Elis Especial
(1969) Elis - Como e Porque
(1969) Elis Regina & Toots Thielemans — gravado na Suécia e lançado no Brasil em 1978
(1969) Elis Regina in London — lançado no Brasil em 1982
(1970) Em Pleno Verão
(1970) Elis & Miele no Teatro da Praia — show gravado ao vivo em 1969
(1971) Ela
(1972) Elis
(1973) Elis
(1974) Elis & Tom Em 2004
(1974) Elis
(1976) Falso Brilhante Em 2007
(1977) Elis
(1978) Transversal do Tempo — gravado ao vivo durante a temporada do espetáculo no Rio de Janeiro
(1979) Elis Especial
(1979) Essa Mulher
(1980) Saudade do Brasil
(1980) Elis