Deixa, deixa o vento levar esse amar!
Esse meu amigo mar vai me lavar,
Vai levar o que o tempo enraizou, mas me negou!
Esse amar que em meu peito deitou.
Esse gosto doce e salgado de um bem que voou!
Olhe! A gaivota mergulhou,
Trouxe em seu bico alimento!
Alimento que do seu sorriso me alimentou,
Que da sua imagem o sol se fez refletir!
A sua voz contou-me segredos do vento...
Das ondas no mar, que encarapelou...
Qual a sua pele arrepiada aos meus toques...
Qual areia lavada pela água, em seu caminhar!
Qual uma lágrima iluminada pelo luar!
Ou, do brilho de um sorriso que se findou!
Da alegria que um dia brotou,
Observado por meu amigo mar...
Que lavou o doce perfume de mel
Misturado ao sal... Ao romper o véu
Do nosso suor... Que germinou
Em nossos corpos unificados
Totalmente em desejos unidos
Ouvir esta linda canção de prazer!
Desse mar, encantado, poder rever,
Presenteado da estrela do mar,
Desse meu amigo mar...
Que presenciou este amar!
Voltei para rogar!
Tentar encontrar
O que o vento levou,
A chuva lavou,
E você mar temperou,
E você mar, na areia, enterrou!