Gosto de sentir o quente abraço que me dá teu coração,quando me enrolas em ti e convidas o teu imaginário a dançar com o meu.
Gosto de sentir o quente sabor do teu hálito quando me beijas na boca e me segredas, logo após um segundo, doces palavras ao ouvido, que me vão soando como árias perfeitas durante algum tempo.
Gosto de sentir o quente aconhego do teu corpo quando se enlaça no meu e me vens desejar um sono reparador e uma boa noite.
Mas sinto um arrepio na minha espinha dorsal quando me gelas as mãos, o rosto, o nariz, os pés, e tudo o mais que sou e me constitui,
Quando distante, me mandas calar como se até o meu silêncio te incomodasse.
Sinto um frio, um desconforto terrível na alma quando adivinho quanto a tua se atormenta por uma mera questão de incoerência.
Mas, se efectivamente provo há tantos dias teu quente e frio é porque provavelmente o amor é assim mesmo constituído , feito desta dicotomia estranha, desta inconstância.
Será o amor um estado de pura impermanência ou será uma questão de tempero e paladar ?