No primeiro céu, te conheci
Foi como música de livro
Inventada pelo ler da história
Para fazer fundo à imaginação
No segundo céu, te recebi
Foi como sorriso de frases
Liberto pelo soar da linguagem
Para trazer festa após as falas
No terceiro céu, te aprendi
Foi como cores de êxtase
Exibidas pelo ter do devaneio
Para realçar os tons do delírio
Em mim, teus céus nunca se esgotam
Perdi as contas de quantos já visitei
Eu, um ser restrito, alinhavado ao solo
Fui aos ares por ti, e alçado a ti fiquei
(Yrto Mourão/Atos de Poesia)