Ouça, ela ainda canta. Não é o vento. É o amor soprando as cinzas.
É que agora ela anda solta, tropeça pra sentir o chão mais de perto e ter a certeza de que dali, não passa.
Por que entre uma dor e outra é sempre bom guardar um pouco de si atrás do sim e dos sonhos à dois.
A arte de esquecer nem sempre sobrevive no rir das próprias dores, as vezes, beira - se à hipocrisia.
Sobrevive no acordar das vontades, no abraçar dos detalhes, no esperar e calar das horas.
Ela não perdeu o ritmo. Amanhece com o coração mais torto do que nunca mas, reinventado.
Vive enquanto compõe milagres.
Hoje, alguns sussurros dormem lá fora. Os mais bonitos, cantam dentro.
Priscila Rôde