Havia um segredo em mim guardado,
sigiloso, sagrado, que nunca disse.
Um segredo entranhado em mim,
sempre temeroso de que o mundo o visse.
Era um tímido segredo, amarrotado,
apenas guardado em pensamento.
Segredo nunca dito… só murmurado,
mas mesmo assim, espalhado ao vento…
É que não se esconde o sol ou a lua,
nem o fulgor de um sorriso rasgado.
Não se esconde a nossa alma nua
nem o corpo de amante cansado.
O crepitar afogueado de um coração
e o rubor de sentir por um momento,
que cheira o meu corpo por fora…
o que o teu corpo cheira por dentro!
João Morgado