Então os anos passam e você entende que boa parte de tudo o que sonhou não vai acontecer.
A maturidade te obriga a pagar contas, ter emprego fixo e garantir o fundo de garantia para uma velhice tranquila.
Aos poucos, a bagagem dos sonhos começam a pesar e decidimos ir abandonando as vontades pelo caminho.
Mudamos nossas atitudes e nos conformamos com o que a vida nos reservou.
Alguns sentam e lamentam, outros relaxam, e continuam querendo.
Eu faço parte da segunda categoria.
Posso adormecer um sonhos, mas vira e mexe vou até ele e mostro que ainda estou aqui.
Outras vezes fingo que esqueci da sua existência, mas o amarro bem perto para ele não fugir.
Muito sonhos vão sobrevoar nossa vida e aqui do chão parecerão impossíveis de serem alcançados.
Mas eu não desisto e estendo meu braço.
Além disso, os obstáculos do cotidiano vão cortar as asas do nosso pensamento fazendo muito do que queremos tornar-se impossível.
É verdade, pode ser que eu de fato não consiga chegar até eles, mas a confiança já faz de mim uma pessoa bem melhor.
Fernanda Gaona