Ela mal sabia de suas asas.
Talvez as feridas da vida a tivessem feito desistir de voar.
Desistiu… Ou apenas preferiu fingir que não conseguiria mais tirar seus pés do chão.
Ela tinha se rendido à razão.
Cansou de cair.
Voar dava muito trabalho e geralmente só frustrava as esperanças mais doces que ela tinha. Frustrava aquela parte nela que ansiava o vento no rosto; ou o frio na barriga.
Talvez lhe faltasse coragem, ou apenas alguém pra chamar de coragem.
Ás vezes a gente só precisa de alguém que nos faça desejar as nuvens.