Num mundo cercado.
Um casulo.
Um desejo inoportuno.
Ainda assim, sem asas, era convicta de que estava perto.
Vasculhava então, não nas coisas, mas na alma, um pedaço menos ansioso pra se guardar.
Queria se bastar de não mais pensar no tanto que já havia engolido, costurado e tecido pra espantar o medo.
Sabia-se dos riscos, e não poupava esperança, que lhe era o impulso, o motivo de ser aquele passaporte.
Duas pontes iriam se cruzar, debaixo de um voo de seda, frágil e esperado.
E atravessaria um céu inteiro, atrás do gosto daquele afeto.
O mesmo céu que lhe duvidava a coragem.
Sentirá tão breve, borboleta liberta, e irá entender que uma multidão,(também lagartas), podem até corroer e achar que o conformismo de um casulo vazio é destino.
Deixa pensar.
Resta pouco pra provar que não existe cárcere, nem carma, a uma alma quando sedenta, encontra sua asa metade, que faz voar.
Patty Vicensotti