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O que eu mais gosto no amor não é o fato dele existir momentaneamente, de nos encher os dias de cor e as noites de prazer, de nos fazer andar um palmo acima do chão e uma mão-travessa perto do céu.
Esse amor primitivo, fácil, impetuoso,instintivo e rápido é privilégio de todos.
Mas o amor profundo, dedicado, silencioso, incondicional, gratuito, doador e por tudo isso esquecido dentro da sua própria grandeza, esse, é só para quem pode.
Por isso o que eu mais gosto no amor é que além de caber tudo lá dentro é que este amor, o verdadeiro, nunca mais acaba.
Pode cansar-se, entristecer-se, ir-se um bocadinho abaixo mas nunca morre.
Pode até adoecer, mas o mal nunca é mortal, e quando recupera é o primeiro a esquecer a dor, o sofrimento, as tristezas.
O truque está na entrega, um amor sem entrega não é amor, é um compromisso que se faz com a vida e consigo próprio, mas estes compromissos em que as pessoas embarcam na esperança de encontrarem uma vida estável e calma transforma-se com o tempo na mais entediante e vazia das existências.