A Goiaba (Psidium guajava) é também conhecida como Guava, Goiabeiro, Goiabeira, Guave, Guayaba (espanhol), dentre outros nomes populares. Na casca, fruta e folha da Goiaba se concentram as propriedades medicinais da planta. Pertence a família Myrtaceae.
Usos Tradicionais: candidíase, cólera, conjuntivite, contusões, corrimento vaginal, diarreia, disenteria, dispepsia, dor de dente, dor de garganta, edema, feridas, halitose, hemorragias, gastroenterite, laringite, ressacas, sangramentos, vertigem, vômitos, tensão pré-menstrual, tosse, úlceras na pele.
Propriedades Medicinais: analgésico, adstringente, antibacteriano, antidiarreica, antiespasmódica, antioxidante, cardiotônico, diurético, estimulante menstrual, fungicida, nervino, sedativo, tônico estomacal, vasoconstritor, vermífugo.
As folhas e casca da goiabeira têm uma longa história de usos medicinais que ainda são empregadas hoje em dia. Os índios Tikuna usam tradicionalmente a decocção das folhas e das cascas da goiaba para curar a diarreia e disenteria, inclusive, atualmente a Farmacopeia da Holanda considera as folhas da Goiabeira indicadas para o tratamento da diarreia. Os indígenas também usam para dor de garganta, vômitos, problemas de estômago, vertigem e para ajudar a regularizar períodos menstruais. As folhas de Goiaba são mastigadas para aliviar o mau hálito e estancar sangramentos na gengiva. O extrato de folhas é usado também como uma ducha para candidíase. As folhas são esmagadas e aplicadas em feridas e contusões.
É dito que as folhas de goiaba mastigadas antes de iniciar o consumo de bebidas alcóolicas previne o aparecimento de ressacas. A decocção da casca ou folhas ou infusão da flor é usada topicamente para úlceras e feridas na pele. As flores esmagadas são aplicadas em inchaços nos olhos, lesões oculares e conjuntivite. A goiaba é amplamente utilizada na medicina popular como um antisséptico natural, inclusive quando interage com outros antissépticos sintéticos e concentrados, potencializa os efeitos em função de suas propriedades hipoalergênicas (dimunui as possibilidades da incidência de alergias).
O uso da Goiaba para o tratamento da gastroenterite, diarreia e outros disturbios digestivos tem sido validado em numerosos estudos clínicos. Ensaios clínicos em humanos que o extrato vegetal da goiaba é eficaz no tratamento de diarreia em adultos. Os extratos de folhas de goiaba e suco da fruta também tem sido estudado clinicamente para a diarreia infantil. Em um estudo clínico com 62 crianças com enterite por rotavírus infantil, a taxa de recuperação foi de três dias em 87,1% das crianças que foram controlados com a Goiaba, cessando em um efeito mais curto do que nos pacientes que apenas foram feitos controles. (Wei, L., et al. “Clinical study on treatment of infantile rotaviral enteritis with Psidium guajava L.” Zhongguo Zhong Xi Yi Jie He Za Zhi 2000; 20(12): 893-5).
Em um estudo de 2003, pesquisadores brasileiros relataram que extratos de folhas de goiaba têm numerosos efeitos sobre o sistema cardiovascular que pode ser útil no tratamento da arritmia cardíaca. Outras pesquisas anteriores já indicavam que a folha possui propriedades antioxidantes benéficas para o coração, melhorando a função miocárdica.
A Goiaba é rica em taninos, fenóis, triterpenos, flavonoides, óleos essenciais, saponinas, carotenoides, lectinas, vitaminas, fibras e ácidos graxos. A fruta é rica em vitamina C e as goiabas também são uma boa fonte de pectina – uma fibra dietética. As folhas de goiaba são ricas em flavonoides, principalmente a quercetina, sendo que grande parte da atividade terapêutica da goiaba é atribuída a estes flavonoides, que têm demonstrado atividade antibacteriana. Acredita-se que a quercetina contribui para o efeito antidiarreico da goiaba, sendo capaz de relaxar o músculo liso intestinal e inibir as contrações intestinais. Além disso, outros flavonoides e triterpenos presentes nas folhas de goiabeira mostraram atividade antiespasmódica. A Goiaba também possui propriedades antioxidantes atribuídas aos polifenóis encontrados nas folhas. Os carotenoides se convertem em vitamina A e tem efeito antioxidante dentro das célula. 100g de polpa de goiaba corresponde há cerca de 8% da necessidade diária de vitamina A. A goiaba também contém vitaminas do grupo B, exceto B12. Também estão presentes a vitamina E, assim como cálcio, fósforo, magnésio e ferro. Seu mineral mais abundante é o potássio.
O Uso da Goiaba Para Emagrecer, Reduzir Calorias e Diminuir os Níveis de Açúcar no Sangue
Em dois estudos randomizados e humanos, o consumo de frutos de goiaba por 12 semanas, foi indicado que além de reduzir a pressão arterial, também diminuía os níveis de colesterol total em 9%, diminuição de triglicérides em quase 8%, além de aumentar a taxa de colesterol bom HDL em 8 %. Os efeitos foram atribuídos ao alto teor de potássio e fibras solúveis da fruta. O grande porém é que neste estudo, o consumo diário de goiabas durante 12 semanas era muito alto, por isso os resultados foram tão satisfatórios. O suco de fruta de Goiaba tem sido recomendado para diminuir os níveis de açúcar em diabéticos.
O Uso da Goiaba na Culinária
Na culinária, a goiaba é utilizada como ingrediente principal em geleias, bolos, doces e outros preparos.
O Cultivo da Goiaba
A Goiabeira é uma árvore de sombra comum no Brasil. Algumas árvores chegam há mais de 20 metros de altura. O tamanho das goiabeiras pode variar mais de 10 metros, de acordo com sua variedade, assim como o tamanho dos frutos. A Goiaba é cultivada em vários trópicos do mundo, vez que pode sobreviver há uma variedade solos, se reproduz facilmente e frutifica de forma relativamente rápida. Os frutos da Goiaba contêm numerosas sementes que podem produzir uma árvore frutífera em cerca de quatro anos. Nas florestas e matas, as goiabas são muito apreciadas por pássaros e macacos, que dispersam sementes de goiaba em suas fezes e ajudam a propagar a espécie.
História e Curiosidades
Sementes de Goiaba armazenadas com sementes de outras plantas como feijão, ábora e milho foram encontradas em sítios arqueológicos no Peru datado de milhares de anos.
Planta Medicinal do SUS
A espécie Psidium guajava faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil. A finalidade da RENISUS é subsidiar o desenvolvimento de toda cadeia produtiva relacionada à regulamentação, cultivo/manejo, produção, comercialização e dispensação de plantas medicinais e fitoterápicos.